O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, compareceu neste domingo às cerimónias fúnebres de Odair Moniz, na Igreja da Buraca, na Amadora, para oferecer condolências à família “num momento muito difícil” e “com tanta polémica”. O autarca lembrou que a tragédia também poderia ter ocorrido no seu concelho e destacou a importância de transmitir apoio e solidariedade em tempos de perda.
“Estou aqui porque podia ter acontecido também no meu concelho e as famílias, nestas situações, precisam de uma palavra de conforto, de presença, porque não há nada que apague a dor, sejam quais forem os motivos. É sempre um momento para refletir porque a nossa sociedade precisa de tranquilidade, de paz e é fundamental que as pessoas se sintam em segurança. Isso depende de todos”, afirmou o autarca em declarações aos jornalistas.
A cerimónia, realizada na tarde deste domingo, contou com dezenas de participantes, enquanto a família de Odair Moniz pediu aos jornalistas presentes que evitassem aproximar-se da igreja. Odair Moniz foi baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) na última segunda-feira, o que provocou grande comoção e manifestações de solidariedade.
Desde o incidente, tumultos marcaram a semana em bairros como o Zambujal e outras áreas da Área Metropolitana de Lisboa, com autocarros, automóveis e caixotes do lixo incendiados e vandalizados. Cerca de vinte pessoas foram detidas e outras identificadas como suspeitas, com sete feridos registados, incluindo um em estado grave.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não marcou presença nas cerimónias, afirmando que o momento deveria ser reservado à família. Marcelo declarou ainda confiar no devido funcionamento das instituições responsáveis pela investigação da morte.
No sábado, milhares de manifestantes reuniram-se em Lisboa para protestar contra o racismo e a violência, numa demonstração de apoio à família e de pedido de justiça para Odair Moniz.