Salários. CCP assina novo acordo mas “com críticas”

Salários. CCP assina novo acordo mas “com críticas”


“A própria valorização salarial prevista no acordo, com os indicadores económicos atuais, deveria ser acompanhada de mais medidas que contribuam para o aumento da produtividade e para a alteração de um modelo económico e social que nos aproxime dos restantes países da UE”, refere


A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) vai assinar o Acordo Tripartido Sobre Valorização Salarial e Crescimento Económico 2024-2028, uma vez que, entende que se deveria ter ido mais longe nas iniciativas para as empresas. Ainda assim, diz que contempla “um conjunto de medidas com impacto positivo nas empresas” e entende que deve ser “o ponto de partida para um novo ciclo de concertação social de médio prazo que permita aprofundar um conjunto de soluções com impacto na economia e na sociedade portuguesa”.

A CCP defende que, neste novo acordo Tripartido, teria sido mais útil para as empresas do comércio e dos serviços alcançar-se desde já, um acordo mais global, nomeadamente em termos de fiscalidade, alteração da legislação laboral, e simplificação administrativa.

”Neste, contexto a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) considera que fica aquém das expectativas e das necessidades das empresas. A própria valorização salarial prevista no acordo, com os indicadores económicos atuais, deveria ser acompanhada de mais medidas que contribuam para o aumento da produtividade e para a alteração de um modelo económico e social que nos aproxime dos restantes países da UE”, refere.

Mas lembra que, no entanto, este Acordo prevê matérias que são relevantes para as empresas, como a redução do IRC (embora a CCP preferisse uma referência expressa à redução quer da taxa normal, quer da taxa reduzida, que acabam por não estar devidamente explicitadas). “Apesar de limitada, a redução das tributações autónomas é também um passo para a correção do que entendemos ser uma perversão do nosso sistema fiscal”, salienta.

E recorda que a CCP “tem vindo a afirmar que é fundamental alcançar, um efetivo contrato social de médio prazo que inclua soluções para um vasto leque de entraves à competitividade das empresas e ao subsequente aumento dos rendimentos disponíveis das famílias, desde as questões relativas à competitividade da economia portuguesa, aos problemas da sustentabilidade da segurança social e à reforma de procedimentos administrativos, para não falar da própria reforma do Estado”.