Há quem acredite que mesmo sabendo que um dia a vida acaba, nunca estamos preparados para perder alguém. Já outros, defendem que «a vida não passa de uma oportunidade de encontro e que só depois da morte se dá a junção». «Os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace», escreveu Victor Hugo. Mas uma coisa é certa, nunca é fácil lidar com a perda… Quanto mais a de duas pessoas ao mesmo tempo… Foi o que aconteceu com a cantora Mariah Carey esta semana. A artista perdeu a mãe, Patricia, e a irmã, Alison, no mesmo dia. «O meu coração está destroçado por ter perdido a minha mãe no passado fim de semana. Infelizmente, numa reviravolta trágica dos acontecimentos, a minha irmã perdeu a vida no mesmo dia», disse em comunicado à revista People na segunda-feira, sem fornecer mais pormenores sobre as causas da morte. Patricia Carey tinha 87 anos, enquanto Alison Carey, residente em Coxsackie, Nova Iorque, tinha 63 anos. «Sinto-me abençoada por ter podido passar a última semana com a minha mãe antes de ela falecer. Agradeço o amor e o apoio de todos e o respeito pela minha privacidade durante este período impossível», acrescentou Mariah Carey. No entanto, há muito que se sabe que a relação com a progenitora era tensa, e com a irmã, quase impossível. Segundo os meios de comunicação internacionais, Patricia, era uma cantora lírica e professora de canto, formada pela prestigiada universidade Julliard. Acredita-se que foi dela que a cantora herdou as capacidades vocais. «Como muitos aspetos da minha vida, a minha relação com a minha mãe foi cheia de contradições e realidades concorrentes. Nunca foi apenas a preto e branco, mas um arco-íris de emoções», revelou a cantora no seu livro de memórias, The Meaning of Mariah Carey, publicadas em 2020. «A nossa relação é motivo de orgulho, dor, vergonha, gratidão, ciúme, admiração e desilusão», continuava, acrescentando que era um amor complicado aquele que prendia o seu coração ao da sua mãe. No entanto, não deixou de a incluir na dedicatória de abertura do livro. «E à Pat, a minha mãe, que, apesar de tudo, acredito que fez o melhor que pôde», escreveu.
Com a sua irmã, a relação era ainda mais complicada, tendo chegado a traumatizá-la. «Ofereceu-me uma unha do dedo mindinho cheia de cocaína, infligiu-me queimaduras de terceiro grau e tentou vender-me a um chulo», confessou no seu livro onde também garantiu que era «emocional e fisicamente mais seguro não ter qualquer contacto», tanto com Alison como com o irmão, Morgan. Segundo a estrela, quando começou a ficar famosa, ambos a viam como «uma caixa multibanco».
Em 2021, os dois processaram Mariah por «inflicção intencional de sofrimento emocional e difamação», garantindo ser tudo mentira. Alison pedia 1,25 milhões de dólares (1,12 milhões de euros) de indemnização por todos os danos causados pelo livro de memórias da irmã. De acordo com a queixosa, os filhos abandonaram-na depois de o terem lido, o que levou a que voltasse ao consumo de álcool. Porém, o caso judicial nunca se chegou a resolver.