Tornou-se um dos casos mais badalados dos últimos dias. Drag queens à mesa da Última Ceia?
A Igreja Católica francesa reagiu de forma indignada à encenação assinada por Thomas Jolly para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, repudiando as «cenas de escárnio e troça do cristianismo». Mas talvez tudo não tenha passado de um mal-entendido.
Jolly, diretor artístico da cerimónia, respondeu que se tratava antes de uma alusão aos deuses pagãos da Grécia Antiga. «A ideia era fazer uma grande festa pagã ligada aos deuses do Olimpo», esclareceu. Parodiar o cristianismo não estava, garantiu, de modo algum nos seus planos. Mesmo assim, a porta-voz destes Jogos Olímpicos, Anne Descamps, concedeu: «Se alguém ficou ofendido, é claro que pedimos muita desculpa».
A pintura que serviu de inspiração ao controverso desfile parece ter sido não A Última Ceia de Leonardo da Vinci, mas O Banquete dos Deuses, do holandês Jan van Bijlert, que se encontra no Museu Magnin, em Dijon – terra da famosa mostarda.
A obra representa a festa do casamento de Tétis com Peleu. Em primeiro plano vemos Baco a espremer um cacho de uvas diretamente para a boca e, de costas, um sátiro, metade homem e metade bode, figura mitológica conhecida pelo seu apetite sexual.