A Federação Nacional dos Médicos anunciou, esta terça-feira, mais dois dias de greve nacional para 17 e 18 de outubro.
Estas paralisações surgem em resposta ao facto de o Governo se recusar “depois de 16 meses de negociações” a “incorporar as principais propostas dos médicos” o que irá causar um “prejuízo sem precedentes na carreira médica do Serviço Nacional de Saúde”, lê-se numa nota enviada às redações.
Em declarações à agência Lusa, à saída da sétima reunião negocial extraordinária no Ministério da Saúde, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, acusa o Governo de “legislar unilateralmente, sem a concordância dos sindicatos”, o novo regime de dedicação plena e a grelha salarial associada, "agravando as condições de trabalho" dos médicos do Serviço Nacional de Saúde.
Sublinhe-se que, para além das greves anunciadas hoje, a FNAM já tinha agendado dois dias de greve nacional para 14 e 15 de setembro e uma manifestação à porta do Ministério da Saúde, em Lisboa, para 14 de novembro.
“Face à atitude demolidora do MS e do Governo, a FNAM não tem outra alternativa senão continuar e aprofundar as formas de luta, no volume e intensidade necessários para travar um pacote legislativo que vai agravar os problemas no SNS”, defende a estrutura sindical no mesmo comunicado.
“Ao contrário do que foi prometido e da expectativa que foi alimentada, o SNS continua desvalorizado pelo poder político, seja pelo atual governo seja pelos anteriores, de forma grosseira e agravada posto que essa desvalorização não é feita por falta de consciência das dificuldades”, acrescenta.