O nadador do Benfica conseguiu em Fukuoka, no Japão, um feito único ao conquistar para Portugal a primeira medalha num Campeonato do Mundo de natação, e já houve muitos participantes nas modalidades de natação, águas abertas, artística, saltos e polo aquático. Não foi a tão desejada medalha de ouro, que fica guardada para futuras competições internacionais, nomeadamente as Olimpíadas de Paris, no próximo ano.
Diogo Ribeiro fez um tempo mediano (7.º) na meia-final e largou da pista 1, que não é a mais favorável para fazer bons tempos. Mesmo assim, fez uma prova fantástica, esteve sempre na luta pelos lugares do pódio e, num derradeiro esforço, conseguiu o segundo lugar com a marca de 22,80 s, que é novo recorde nacional e melhor do que o tempo que lhe deu a medalha de ouro no Mundial de juniores no ano passado. A performance de grande nível surpreendeu até o jovem nadador: «Estou sem palavras, é fantástico. Não estava à espera, mas é muito importante para nós. É um sonho tornado realidade, mas sabia que podia sonhar».
De salientar que foi a primeira vez que Diogo Ribeiro participou num campeonato do mundo sénior, mas antes já tinha deixado a sua marca no Europeu sénior com a conquista da medalha de bronze, em Roma. Os resultados obtidos são fruto do trabalho realizado em conjunto com Alberto Silva, que já treinou alguns dos melhores nadadores brasileiros.
Diogo Ribeiro tem potencial para ser um dos melhores nadadores do mundo, mas, em 2021, a sua carreira esteve por um fio quando sofreu um acidente de moto: foi abalroado por um carro em Coimbra, cidade onde vive. Esteve uma semana no hospital a recuperar dos hematomas no corpo, de uma microrrotura no peito e teve de usar uma cadeira de rodas devido a uma fratura no pé direito. «Demorei apenas dois meses para voltar aos treinos. Os médicos apontavam dez meses. À medida que recuperava, passei a acreditar que podia voltar», explicou Diogo Ribeiro. O acidente «aconteceu na altura em que tinha assinado contrato e o Benfica acreditou em mim», , recordou. «Devo-lhes muito».
Desde o ano passado que o nadador tem mostrado um talento extraordinário e é referência da natação nacional, sobretudo depois de se ter sagrado campeão mundial júnior de 100 m mariposa e 50 m livres e ter estabelecido um recorde mundial. Tudo isto foi conseguido numa única competição. «Não tenho palavras para este momento. É espetacular, não consigo descrever. Eu queria muito esse título, na minha mente…e o corpo faz aquilo que a mente acredita», disse na altura.