Direita desvaloriza polémica com cartazes de Costa

Direita desvaloriza polémica com cartazes de Costa


André Ventura diz que também já foi representado em caricaturas. Pinto Luz foi ao baú para mostrar que “Passos Coelho passou por muito pior”.


Os cartazes que retratam o primeiro-ministro com um nariz de porco e lápis espetados nos olhos serviram de pano de fundo durante o protesto de professores nas comemorações do 10 de Junho, no Peso da Régua. António Costa classificou a caricatura de “racista”. A polémica instalou-se de imediato e até foram muitas as vozes, tanto à esquerda como à direita, que censuraram os cartazes, como Luís Marques Mendes, António Lobo Xavier, Ana Gomes ou Isabel Moreira. 

Desde então que o assunto tem gerado um debate político aceso e há também quem rejeite a associação da caricatura do primeiro-ministro ao ódio racial. O próprio autor deste e outros desenhos que têm acompanhado os protestos dos professores recusou essa leitura em declarações ao JN.

 “Não tem absolutamente nada de racista”, afirmou Pedro Brito, o professor de Educação Visual sindicalizado na Federação Nacional dos Professores (Fenprof), estrutura que se demarcou das imagens. 

Entre os partidos da direita a interpretação é a mesma. O presidente do Chega acusou mesmo António Costa de se vitimizar ao classificar de racistas os cartazes exibidos pelos professores. 

“Não compreendo em que é que aqueles cartazes traduzem qualquer expressão de racismo ou qualquer questão com pessoas racializadas. Trata-se de um cartaz mais esotérico, mais ousado. O senhor primeiro-ministro quis, mais uma vez, menorizar a luta dos professores vitimizando-se”, referiu André Ventura, em declarações aos jornalistas esta segunda-feira.

O líder do Chega recordou que também ele já foi representado em caricaturas em várias ocasiões. “Não pode ter só graça quando se atacam os líderes da oposição”, acrescentou.

Também o vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, recorreu às redes sociais esta segunda-feira para lembrar que “Pedro Passos Coelho passou por muito pior”, escrevendo que “as palavras de ordem e as imagens, por vezes de mau gosto, são hipérboles”, e que António Costa “não o percebeu”. A publicação era acompanhada de várias imagens e cartazes onde Passos Coelho é comparado a Adolf Hitler, Salazar ou Angela Merkel.