Os rendimentos dos portugueses subiram em 2021 face ao ano anterior, mas continuaram entre os mais baixos da União Europeia, quando medidos em paridade de poder de compra. Nas contas do Eurostat, em média, cada português teve 11.089 euros em 2021.
Portugal fica no fim da tabela e o rendimento disponível médio dos portugueses foi de 12.404 PPS (unidades de paridade de poder de compra) e está apenas acima de seis países da UE (Letónia, Croácia, Hungria, Grécia, Bulgária e Roménia).
Ao Nascer do SOL, Henrique Tomé, analista da XTB, defende que «os rendimentos poderão ter subido durante 2021 e até em 2022 mas, numa altura em que a inflação em Portugal permanece elevada e as taxas de juro continuam a subir, é necessário que se criem mais condições para que os rendimentos possam continuar a subir».
Sobre o que é preciso para inverter a tendência, Mário Martins, analista da ActivTrades, defende que «é simples». E dá a receita: «Basta, de uma vez por todas, fomentar exclusivamente a economia de maior valor acrescentando, com discriminação positiva, seja ao nível fiscal como ao nível de apoios financeiros. Enquanto isso não ocorrer, continuaremos a crescer em cima de salários relativamente baixos».
Ainda esta semana, a Associação Business Roundtable Portugal, representante das 42 maiores empresas e grupos portugueses, disse que é «absolutamente urgente encontrar soluções para atrair e reter os milhares de profissionais qualificados que são formados em Portugal», defendendo que é preciso «assegurar melhores salários, tanto pelo aumento da remuneração como pela redução da carga fiscal e do custo de vida, melhores oportunidades de carreira e um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional».