António Costa disse esta sexta-feira esperar boas relações entre Portugal e Itália, na sequência da eleição de Geórgia Meloni, ainda que, "como cidadão e responsável político", o primeiro-ministro de Portugal procure lutar contra "os valores da extrema-direita".
Em conferência de imprensa conjunta no final da 33.ª cimeira luso-espanhola, que teve lugar em Viana do Castelo, os primeiros ministros de Portugal e de Espanha foram questionados como pretendem lidar com a sua homóloga italiana.
Costa deixou claro que, enquanto “cidadão” e “responsável político”, combate "os valores da extrema-direita" e procura evitar que esta "se alimente das causas do descontentamento" e "contamine e condicione a direita democrática".
"É o que eu faço como cidadão e como responsável político. Como primeiro-ministro de Portugal, a minha obrigação não é combater nenhum dos meus 26 colegas chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), é trabalhar com os outros 26 chefes de Estado e de Governo da UE, que são escolhidos pelos respetivos povos para os liderar", acrescentou.
Geórgia Meloni é a quinta chefe do executivo italiano com quem Costa irá trabalhar, e espera continuar as boas relações.
"Espero que as relações entre Portugal e Itália continuam a ser boas relações, frutíferas, para bem dos nossos povos e dos nossos dois países, e para ajudar a reforçar a UE", disse.
Já Pedro Sánchez defendeu que "quando a Espanha e a Itália trabalharam juntas, aconteceram coisas boas", dando como exemplo a "resposta económica à pandemia" de covid-19 ou com a cimeira realizada entre os primeiros-ministros português, espanhol e italiano em Roma, em março deste ano.
"Quero dizer com isto que, evidentemente, as relações entre a Espanha e a Itália são relações que transcendem os Governos e que entrelaçam as nossas sociedades em vários âmbitos", referiu o primeiro-ministro de Espanha.