A polónia derrubou simultaneamente, esta quinta-feira, quatro monumentos históricos da época do regime comunista no âmbito da “dês-Russificação” do país.
Num discurso transmitido em direto na televisão estatal, Carol Nawrocki, diretora do Instituto Polaco de Memória Histórica (IPN), explicou que o objetivo era "fazer desaparecer todos os monumentos que glorificam o sistema comunista na Polónia", acrescentando que as construções em causa “deveriam ter estado no espaço público polaco tanto tempo".
O responsável aqueceu o seu discurso, ao dizer que as mensagens e legendas escritas nos monumentos são “mentiras históricas” e que todas quatro estátuas "simbolizam o mal do sistema comunista" e deveriam ser destruídas "não tanto pela sua estética, mas pelo seu significado".
Karol Nawrocki stressed that the Soviet monuments dismantled today are a symbol of enslavement, not liberation. “Symbol of the system which, after 1945, subjected half of Europe. Symbol of the system that murdered Polish workers and anti-communist opposition activists,” he said. pic.twitter.com/MvoXd0MfFb
— Institute of National Remembrance (@ipngovpl_eng) October 27, 2022
Umas das estatuas hoje derrubadas tinha sido restaurada em 2017, em que era possível ler: “gratidão ao Exército Vermelho” – desde a guerra que tem sido pintada com as cores azul e amarelo, os tons da bandeira ucraniana.
Não fica por aqui: além destas, haverão ainda 30 monumentos a serem destruídos naquele país, disse a mesma fonte, que relembrou a demolição de outros 20 já deitados ao chão – um balanço que, “dado o ritmo lento dos anos após a queda do regime comunista, é um bom resultado".
Ainda assim, a vontade de mandar abaixo estas obras não é unânime em toda a Polónia. O governante local em Dabrowa Górnicza, no sul do país, manifestou a sua vontade de conservar uma estátua de dois soldados, na qual se lê: "aos heróis da bandeira vermelha”, mas que faz parte da lista de monumentos da chamada “dês-Russificação”.