A mãe de Archie Batterbee, Hollie Dance, alegou que suspeita que terá sido submetida uma ressonância magnética errada ao tribunal durante o processo. Na quarta-feira, a última esperança da família de manter o suporte de vida do menino ligado saiu gorada, pois o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) rejeitou a tentativa de conceder mais tempo à família para esperar que a criança melhorasse ou, em última instância, despedir-se da mesma.
Archie, que não acordou do coma depois de ter sido descoberto inconsciente pela sua mãe em sua casa, em Southend, Essex, em abril, está atualmente internado no Barts Health NHS Trust em Whitechapel, no leste de Londres. Dance deixou claro que o Reino Unido tratou a lesão do seu filho como algo "preto e branco". “Parece que estamos tão atrasados nas nossas coisas médicas aqui…”, desabafou, em entrevista à Times Radio. “É uma lesão cerebral; dizem que é a morte. É muito preto e branco aqui, muito recortado e nítido. Outros países estão a oferecer o tratamento", frisou, realçando que apontam que "é o candidato ideal porque tem apenas 12 anos".
Já ontem, quando questionada acerca dos países que se haviam prontificado para ajudar o filho, à porta da instituição hospitalar em que este se encontra, Hollie foi clara: "Outros países são tão solidários e querem que ele seja tratado. Têm altas taxas de sucesso e eu pessoalmente não vejo o mal. Se eles puderem oferecer um pouco de esperança… Ele tem de morrer neste país porque este país não quer mais tratar dele?", perguntou, mencionando que o Japão e a Itália são duas das nações que se terão demonstrado solidárias com a família de Archie.
"Ele deve ter a opção de realmente fazer esse tratamento e eu concordo. Embora Archie tenha 10% de necrose do tronco cerebral, é 5% do cérebro geral e, embora a necrose não seja reversível, o dano de 5% em todo o cérebro é reversível”, salientou a mãe, insistindo que a ressonância magnética a que os magistrados tiveram acesso não era realmente de Archie. “Obviamente, não tivemos oportunidade de apresentar nada disso em tribunal porque fomos impedidos de falar. Mas há fortes, fortes dúvidas de que a imagem de ressonância magnética fosse do Archie. A ressonância magnética que foi apresentada tinha nove dentes inferiores – Archie tem 12. Portanto, há muitas coisas que o tribunal não conseguiu analisar e não nos deram a chance de falar", declarou.
Recorde-se que o menino entrou em morte cerebral depois de ter participado num desafio suicida online, o Blackout Challenge, cujo objetivo é que os jogadores apertem o pescoço até ficarem inconscientes devido à falta de oxigénio. Importa igualmente lembrar que os desafios online de cariz suicida não são novidade. Desde o “Desafio da Baleia Azul”, passando pelo “Momo”, “Homem Pateta”, “Mel Congelado” ou o “Íman”, todos têm gerado sequelas físicas e psicológicas em crianças e adolescentes – e até provocado a morte – nos mais variados pontos do globo.
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