TdC dá cartão vermelho às medidas de habitação implementadas na pandemia

TdC dá cartão vermelho às medidas de habitação implementadas na pandemia


Tribunal de Contas diz que informação prestada sobre as medidas não “foi completa, nem suficiente”, pondo em causa a transparência e o escrutínio.


“Desarticulação entre a implementação das medidas extraordinárias e a prossecução do interesse público”; “inadequação da estrutura de monitorização e controlo das medidas extraordinárias”; “incumpletude e insuficiência da informação reportada sobre as medidas extraordinárias”;“insuficiente e incipiente grau de execução das medidas extraordinárias”, “desadequação e ineficácias das medidas extraordinárias” são as principais conclusões da auditoria do Tribunal de Contas (TdC) ao impacto da pandemia no setor da habitação.

De acordo com o organismo coube ao Ministério das Infraestruturas identificar o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) como entidade gestora para levar a cabo cinco medidas extraordinárias: Conservação e Reabilitação do Parque Habitacional (CRPH) do IHRU; Proteção do Arrendamento Habitacional (PAH); Parque Habitacional Público de Habitação a Custos Acessíveis (PHPHCA); Reconversão de Alojamento Local (RAL); Mecanismos de Redução, Suspensão e Isenção de Rendas, por Entidade Pública (MRSIRESP).  

“O levantamento e a avaliação dessas necessidades revelaram-se deficientes. Desde logo, porque não tiveram impacto nos objetivos definidos para o Programa Orçamental Infraestruturas e Habitação (POIH), os quais se mantiveram inalterados, tal como as metas previstas para 2020, e só originaram uma medida para reagir a esse impacto, sem orçamento e com resultado imaterial”, diz o documento. 

A entidade liderada por José Tavares chamou ainda a atenção para o facto de a informação prestada sobre as medidas não ter sido “completa, nem suficiente, não tendo promovido a responsabilização, a transparência e o escrutínio públicos quanto à eficácia dessas medidas”. 

Face a este cenário, o TdC recomenda ao ministério de Pedro Nuno Santos de promover a articulação das medidas tomadas como “reação ao impacto adverso da pandemia no setor da habitação”, assim como dispor de uma estrutura adequada “para monitorizar e controlar eficazmente as medidas tomadas”.