Resistência Galega tinha base logística em Coimbra

Resistência Galega tinha base logística em Coimbra


Imóvel era utilizado como “casa de recuo” pelos líderes do grupo terrorista “Resistência Galega”.


A Polícia Judiciária (PJ), em estreita cooperação com a Guardia Civil, desenvolveu uma investigação com vista à deteção de ligações a Portugal, mais concretamente à região Centro, do grupo terrorista denominado “Resistência Galega”, grupo independentista responsável, entre os anos 2005 e 2011, por mais de 35 ataques com explosivos, em diferentes zonas de Espanha.

Num comunicado emitido esta segunda-feira, a PJ revela que, no dia 9 de novembro de 2019, após partilha de informações e cooperação policial entre os dois Estados, foi localizado um imóvel em Coimbra, associado aos líderes da “Resistência Galega” e utilizado como “casa de recuo.”

“Em cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão emitido pelas autoridades judiciárias competentes, foi apreendido no interior deste espaço vasto material probatório, correlacionado com as atividades terroristas levadas a cabo por este grupo independentista, destacando-se, inúmeros utensílios utilizados na fabricação de engenhos/artefactos explosivos, nomeadamente relógios, temporizadores e telemóveis preparados como dispositivo de ativação remota de cargas explosivas; dispositivos pirotécnicos e engenhos explosivos improvisados, uma carga total de aproximadamente 30 kg pólvora, livros, apontamentos manuscritos e manifestos de propaganda dos ideais da Resistência Galega”, revela  PJ.

Foi ainda apreendida uma panela de pressão, para confinamento de carga explosiva, “igual às usadas por este grupo terrorista em diferentes atentados, bem como material utilizado para falsificação de documentos, como carimbos de instituições públicas espanholas e plastificadoras a quente”.

O material apreendido foi remetido à Autoridades espanholas, devidamente acondicionado.

No decurso da investigação, além das ligações logísticas a território nacional, não foi identificada qualquer outra ligação efetiva ou envolvimento direto de cidadãos nacionais na organização terrorista.

De realçar que não resultaram vítimas dos ataques do grupo em Espanha, mas foram provocados avultados danos materiais em diversos edifícios públicos e privados, tais como sedes de partidos políticos e agências bancárias, causando estas ações enorme alarme social.

Face à sua atividade extremista, a Resistência Galega, em 2014 foi considerada pelo Supremo Tribunal de Justiça espanhol, um grupo terrorista. Desde o ano de 2006 que os líderes desta organização viviam na clandestinidade, tendo sido detidos pelas autoridades espanholas em junho de 2019, encontrando-se atualmente a aguardar julgamento, sujeitos à medida de coação de prisão preventiva.