O Vitória de Setúbal, um dos nomes históricos do desporto português, ‘caiu’ ao terceiro escalão do futebol nacional – o que acontece pela primeira em quase 110 anos de vida (foi fundado em 28 de novembro de 1910). Em sentido contrário, o Portimonense, que havia sido despromovido à II Liga (a par do Desportivo das Aves), viu confirmada a permanência na Liga portuguesa 2020/2021.
Este desfecho foi confirmado depois de o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) ter rejeitado a providência cautelar dos sadinos que tinha como objetivo suspender a decisão da Liga portuguesa de desclassificar e despromover o Vitória de Setúbal ao Campeonato de Portugal.
Recorde-se que o Vitória de Setúbal terminou o último campeonato no 16.º lugar, um lugar acima dos lugares de despromoção, mas foi impedido de se inscrever nas competições profissionais depois de a Comissão de Auditoria da Liga ter reprovado o seu processo de licenciamento. O Vitória de Setúbal recorreu da decisão para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, que , posteriormente, remeteu o assunto para o TAD. A decisão do TAD confirma, desta forma, a desclassificação e despromoção dos sadinos, mantendo-se, assim, o Portimonense – 17.º classificado na última edição da Liga – no escalão principal. Também o Desportivo das Aves, despromovido desportivamente ao segundo escalão, acabou por não ver a sua inscrição na II Liga ser aceite, passando igualmente para o Campeonato de Portugal.
Numa primeira reação, em conferência de imprensa, o presidente do Vitória de Setúbal, Paulo Gomes, não deu, porém, o caso como encerrado, e afirmou que vai continuar a lutar em tribunal para reverter a decisão: «O processo não está decidido. O que foi decidido é que a providência não foi aprovada. O processo vai continuar e no Tribunal Administrativo vamos defender as nossas posições». A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, e a Associação de Futebol de Setúbal também já lamentaram a decisão, anunciando que vão continuar a apoiar o clube. «Lamentamos profundamente a decisão do TAD (…) tomada a propósito de um clube com a importância do Vitória Futebol Clube, que nos representa em muitas ocasiões e é um verdadeiro símbolo da nossa cidade. Como sempre tem acontecido, e já o voltámos a demonstrar muito recentemente, continuaremos ao lado do clube para o apoiar na procura das melhores soluções que assegurem a sua viabilidade futura», afirmou Maria das Dores Meira na sua página do Facebook.
Entretanto, a direção dos sadinos começou, ontem, a reunir com o plantel profissional tendo em vista uma solução. Prevê-se, todavia, uma razia de jogadores.