As agências de viagem portuguesas anunciaram, esta sexta-feira, que vão reembolsar os clientes que compraram viagens com destino a Macau, Hong Kong e China Continental, no mês de fevereiro, devido ao aparecimento do novo coronavírus que já vitimou mais de 600 pessoas e deixou mais de 30 mil infetados.
"Desde que houve a transposição da diretiva europeia de viagens organizadas, o que já aconteceu há alguns anos, nos casos equivalentes ao do coronavírus – isto é, se eu já tivesse feito uma reserva para a China em circunstâncias de normalidade e entretanto tivesse aparecido este surto – o consumidor tem o direito de cancelar, sendo reembolsado de todos os custos envolvidos na reserva", disse o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, em declarações à agência Lusa.
No que toca a viagens nos meses seguintes, Pedro Costa Ferreira diz que não é possível tomar uma decisão de momento. "Aí temos que aguardar e perceber se as circunstâncias anormais que agora se verificam se vão manter ou não no futuro", esclareceu.
Pedro Costa Ferreira salienta ainda que quem comprou a viagem na China ou numa companhia aérea "não está ao abrigo desta lei" e sublinha que as agências de viagens são meios mais seguros para reservar viagens. "As agências desenvolveram capacidades de exercer esta responsabilidade, certas de que com isso estão a ganhar em termos de fatores de competitividade. Não apenas conseguirmos efetuar os reembolsos, como somos uma zona de venda de viagens na cadeia de valor que é mais segura do que as outras", explicou.
Questionado sobre o impacto do coronavírus no setor, o presidente da APAVT afirma que os cancelamentos de viagens não tem sido "significativos" visto a China não ser um "destino massificiado" e por esta não ser uma época de viagens dos portugueses. No entanto, as agências que foram responsáveis pelas reservas vão sofrer algum impacto com as "circustâncias adversas".