Na última terça-feira, a SOS Animal alertou para o facto de vários golfinhos terem sido encontrados mortos no rio Sado num curto espaço de tempo, apontando como causa as dragagens levadas a cabo no rio e as suas consequências no ecossistema local. Face às notícias, a APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA emitiu um esclarecimento onde garante que “em nenhum dos casos se verifica qualquer ligação às operações inerentes ao Projeto de Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal”.
“Face às notícias transmitidas recentemente, relativas à morte de 4 golfinhos no Estuário do Sado, vem a APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA esclarecer que segundo informação recebida por parte do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas): Foi registado o arrojamento de 4 golfinhos oceânicos comuns, entre o Carvalhal e a Comporta, no final do mês de dezembro, sendo que a morte destes mamíferos se prende com as condições climatéricas extremas que se verificavam à época”, começa por referir o comunicado.
“A 13 de Janeiro foi avistado por pescadores, fora do Estuário do Sado, um cetáceo morto, que não foi recolhido pelo que não se conhecem as causas da morte desconhecendo-se o seu paradeiro; Em nenhum dos casos se verifica qualquer ligação às operações inerentes ao Projeto de Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal”, acrescenta.
Recorde-se que a SOS animal utilizou as redes sociais para denunciar a morte de vários animais nos últimos dias no Rio Sado e convocou os partidos a investigar.
"No seguimento das preocupações manifestadas pela SOS Animal sobre as consequências devastadoras das dragagens do Sado no ecossistema local, tomámos conhecimento, através do nosso parceiro SOS Sado, de quatro golfinhos arrojados, mortos, entre Comporta – Carvalhal, sendo que três deles foram encontrados juntos. Hoje [dia 13] foi encontrado um quinto golfinho, morto, nas águas de Setúbal", escreveram no Facebook, acrescentando ainda que foram encontradas "gaivotas moribundas ou já mortas, na costa de Tróia".
Também a SOS Sado emitiu um comunicado a exigir às autoridades competentes "todos os esclarecimentos acerca dos contornos destas mortes", assim como "a garantia de que as mesmas não indiciam qualquer perigo para a saúde pública".
"Quanto às coincidências temporais destas ocorrências com o projeto de alargamento do Porto de Setúbal caberá às equipas de monitorização deste projeto o seu cabal esclarecimento", referiram ainda os ambientalistas.
Na quarta-feira, o ICNF tinha esclarecido apenas que os animais encontrados mortos não eram golfinhos roazes e, por isso, não pertenciam à comunidade do Estuário do Sado.
Esta quinta-feira, a APSS realça ainda na mesma nota que “de acordo com o previsto na Declaração de Impacte Ambiental, desenvolveu um numeroso conjunto de estudos, tendo contratado especialistas de reconhecido mérito nestas matérias que trataram de forma exaustiva e científica todas as questões relativas aos impactes no ecossistema, seja ele na microfauna ou macrofauna existente no estuário. A execução da obra tem sido acompanhada pela implementação de um Plano de Monitorização que abrange diversos descritores, nomeadamente, Valores Ecológicos e Conservação da Natureza; Qualidade da Água e Arqueologia e Património”.