O défice das Administrações Públicas fechou 2018 em 2.083 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 475 milhões face ao ano anterior. Esta melhoria, de acordo com o Ministério das Finanças, deve-se ao crescimento da receita (5,2%) superior ao aumento da despesa (4,5%).
A receita fiscal cresceu 4,9% devido ao aumento da receita do IRS (5,6%), do IVA (4,1%) e do IRC (10,2%). "A evolução positiva da receita fiscal, apesar da redução das taxas de IRS e da manutenção das principais taxas de imposto, reflete o bom momento da economia portuguesa", diz o Ministério de Mário Centeno.
Já a receita de contribuições para a Segurança Social aumentou 7,6%, «em resultado do forte crescimento do emprego», lembrando que «este crescimento é tanto mais assinalável porquanto se segue a um forte crescimento em 2017, de 6,3%».
A despesa cresceu 4,5% explicada pelo forte aumento da despesa do SNS (+4,9%, acima do crescimento de 3,1% previsto no OE 2018), atingindo 10.070 milhões, "pela primeira vez um valor semelhante ao máximo anteriormente atingido no período pré-Programa de Ajustamento" e pelo elevado investimento público na Administração Central e Segurança Social e pelas despesas com prestações sociais, 6,8%, "destacando-se a criação da prestação social para a inclusão e o aumento do abono de família".
Números do ministério das finanças mostram também que as despesas com salários na Administração Central aumentaram 2,5% e a principal causa está no descongelamento das carreiras e na reposição do valor de outras prestações. "O aumento das despesas com pessoal no SNS e nos estabelecimentos escolares representou 75% do total do aumento da despesa", pode ler-se.
O investimento e aquisição de bens e serviços registaram um aumento em empresas de transportes como o Metropolitano de Lisboa, com 33,7% e Infraestruturas de Portugal com um crescimento de 34,2%. A ferrovia foi um dos focos de maior investimento. "A despesa no setor da Cultura tem um forte aumento de 12,1%, o mesmo acontecendo com as forças de segurança, nomeadamente a Polícia Judiciária (+59,8%) e a GNR (+29,6%)".
Face ao ano passado, registou-se uma diminuição significativa no que diz respeito aos pagamentos em atraso nos hospitais, "explicada pela redução de 353 ME nos hospitais E.P.E. de 837 ME em 2017 para 484 ME em 2018".