Taxistas voltam a protestar, na próxima quarta-feira, contra a entrada em vigor da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte – como a Uber ou a Cabify. O protesto está marcado para Lisboa, Porto e Faro.
Na capital, os taxistas vão bloquear a Avenida da Liberdade, numa fila que pretende chegar à Avenida Fontes Pereira de Melo e à Avenida da República. Ao contrário dos protestos anteriores em que os taxistas fizeram uma marcha lenta, desta vez os veículos vão estar mesmo estacionados nas vias públicas, de acordo com a autorização policial. Florêncio de Almeida, presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros disse ao JN que vão fazer “o que for preciso para os táxis pararem em protesto”.
Os taxistas queriam também incluir no roteiro da paragem a rotunda do Marquês de Pombal, mas as autoridades não permitiram. Serão ainda enviados ao parlamento “uma comitiva de meia dúzia de carros” por “imposição da polícia”.
Nas cidades do Porto e Faro, o ponto de encontro é na Avenida dos Aliados, a partir das 6h00, e na Estrada Nacional 123-10 – junto ao aeroporto –, pelas 7h00.
"Queremos marcar uma posição pública. Se a lei for aplicada, põe em causa muitos pequenos empresários. Vamos continuar a lutar pelos nossos interesses", disse Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi.
A lei que regula as aplicações eletrónicas de transporte de passageiros vai entrar em vigor no dia 1 de novembro, depois de ter sido aprovada no parlamento a 12 de julho e promulgada a 31 de agosto pelo Presidente da República.
"Entendemos que a lei é desnecessária, injusta e que, a ser aplicada, põe em causa milhares de postos de trabalho", disse Carlos Ramos à Lusa. "Queremos saber quem está no parlamento com o setor [do táxi], com a economia, e quem defende os pequenos empresários. Saber se os deputados dão a cara e sabem dizer se sim ou não às pretensões de milhares de pequenos empresários", acrescentou.
Na altura a lei teve os votos a favor do PS, PSD e PAN, tendo o Bloco de Esquerda, o PCP e Os Verdes votado contra, enquanto o CDS se absteve.
Esta á já o quarto protesto marcado pelos taxistas contra as plataformas eletrónicas de transporte. Em manifestações anteriores chegou mesmo a haver confrontos entre os taxistas e os motoristas que trabalham para a Uber ou Cabify.