“Já por uma vez consegui passar o qualifying, sinto que estou a jogar bem e por isso decidi tentar de novo”, disse o campeão nacional à Tee Times Golf, dois dias depois de ter entrado no top-15 da Corrida para Ras Al Khaimah.
Foi em 2005, depois de ter sido 3.º no Open de Portugal, no Oitavos Dunes, em Cascais, que Filipe Lima disputou a primeira edição da qualificação europeia para o US Open em Walton Heath e foi bem sucedido, mas depois não passou o cut no campo n.º2 de Pinehurst.
Agora, motivado pelo 2.º lugar no Open de Portugal @ Morgado Golf Resort, ao qual se seguiu um bom 8.º posto no Andalucia – Costa del Sol Match Play 9, sente-se motivado para jogar de novo nos Old e New Courses do Walton Heath Golf Club, em Inglaterra, no dia 4 de junho.
Uma opção que implica precindir de jogar o Swiss Challenge, que acaba no dia 3 de junho e no qual teria entrada direta e seria mais uma oportunidade de consolidar o seu recente top-15 no ranking do Challenge Tour, a segunda divisão europeia.
“Já não vou à Suíça, mas jogo antes na República Checa”, disse o português residente em França, referindo-se ao D+D REAL Czech Challenge, que começa já na quinta-feira, com 185 mil euros em prémios monetários.
Se depois do Open de Portugal Filipe Lima saltou para o 16.º lugar da Corrida para Ras Al Khaimah, logo após o Andalucia – Costa del Sol Match Play 9 subiu para o 14.º posto e o objetivo passa por manter-se nesse top-15 que no final da época ascende ao European Tour, a primeira divisão europeia.
“Se continuar a jogar assim tenho boas hipóteses de fazê-lo”, assegurou o português de 36 anos no dia em que se sagrou vice-campeão do Open de Portugal, um recorde nacional.
Agora, à saída de Espanha, garantiu-nos que está a jogar “ainda melhor”, derivado da “maior confiança” e lamentou mesmo ter sido travado nos quartos de final pelo inspirado escocês Liam Johnston, que conquistou o primeiro título da sua carreira no Challenge Tour, ao bater na final o seu compatriota Graham Forrest por 1 up. Lima fora despachado por 3/2.
“Ele começou com eagle-birdie-birdie-birdie e jogou os primeiros seis buracos perfeitos. Fiquei a olhar para ele “, disse Lima, que até gosta de match play desde os seus tempos de amador, mas que talvez tivesse preferido que a prova fosse apenas em stroke play.
“Este formato impediu-me de ir mais longe”, disse, numa alusão ao 3.º lugar que ocupou nos 36 buracos de stroke play de qualificação para a segunda fase do torneio do Challenge Tour de 200 mil euros em prémios.
“Não conhecia o campo do Valle Romano Golf Club, em Málaga, mas já tinha ouvido falar. Quando cheguei gostei logo e vi que iria jogar bem nele. Não é muito comprido e tem greens pequenos”, disse, depois de voltas de 67 e 68 pancadas, para um agregado de 7 abaixo do Par, a apenas 2 pancadas dos líderes, o chileno Hugo Léon (68+65) e o galês Stuart Manley (64+69), curiosamente, o jogador que poucos dias antes tinha partido ao seu lado para a última volta no Morgado Golf Course.
Já na fase de eliminação direta, em duelos de apenas nove buracos, em mais uma experiência dos responsáveis do golfe profissional europeu para encurtar a duração das jornadas de golfe, Lima derrotou o inglês Matt Ford por 4/2 (2 birdies e 5 pares), e os norte-irlandeses Cormac Sharvin por 3/2 (de novo com 2 birdies e 5 pares) e Michael Hoey por 1 up (3 birdies e 6 pares).
No tal confronto dos quartos de final, os dois jgoadores começaram com eagles (!), mas Liam Johnston encarrilou depois 3 birdies seguidos e Lima cedeu o seu único bogey até ao momento no buraco 5. Ainda fez birdie no 6, mas já nem foi preciso jogar os dois últimos buracos.
Houve ainda mais dois embates. Na decisão dos 5.º e 6.º lugares cedeu diante do francês Jérôme Lando Casanova por 1 up (2 birdies, 2 bogeys e 5 pares). E depois, para a atribuição dos 7.º e 8.º lugares, tombou frente ao espanhol Manuel Quirós. O português voltou a mostrar-se forte, com 2 birdies e 6 pares, mas o adversário começou e acabou com eagles e arrumou a questão por 3/1.
Mesmo assim, Lima ainda teve direito a um prémio monetário de 5.270 euros. Pedro Figueiredo foi 44.º entre 156 participantes e embolsou 940 euros, e Tiago Cruz terminou em 54.º e arrecadou 630 euros.
Estes três jogadores já tinha sido os melhores portugueses no Algarve e voltaram a sê-lo na Andaluzia.
Na fase de stroke play, “Figgy” teve voltas de 68 e 71 para o 23.º posto (-3) e Cruz assinou cartões de 70 e 71 para o 44.º posto (-1). Já no match play, foram ambos eliminados na primeira ronda, Cruz pelo espanhol Ivan Cantero Gutierrez (2/1) num confronto sem bogeys e Figueiredo pelo inglês John Parry (1 up).
João Ramos (+1) , Miguel Gaspar (+3) e Ricardo Santos (+4) não passaram da fase de stroke play na Andaluzia.
Entretanto, já esta semana, na República Checa, juntar-se-ão a Filipe Lima, Ricardo Santos, João Carlota e Tomás Silva.
Antes disso, Filipe Lima foi convidado para participar num evento de solidariedade social que se realizou esta terça-feira em França, com as receitas a reverteram a favor de um hospital pediátrico.
“É um dia em que se reúnem jogadores de ténis, golfe, basquetebol e da equipa de futebol do Olympique de Marseille”, disse à Tee times Golf o campeão nacional, que continua a ser muito solicitado para ações com crianças. Ainda na semana passada visitou a Escuela Municipal de Golf del Ayto Estepona, dando umas “dicas” de golfe a vários jovens.