Bruxelas, sete graus centígrados, três povos mediterrâneos e uma sala entusiasmada.
Assinavam-se os estatutos da Aliança Europeia do Táxi entre os portugueses da Antral (Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros), a Federação Espanhola do Táxi e a Unidade do Radiotáxi de Itália. A soma dos membros de cada associação nacional ronda os cerca de 100 mil motoristas de táxi.
No fim da cerimónia, Florêncio de Almeida, presidente da Antral, escaparia habilidosamente a um beijo nas faces do seu homólogo italiano. Nos cumprimentos, os portugueses ficaram-se pelo aperto de mão com palmadas nas costas.
Ainda da nesse dia, a recém-formada Aliança Europeia do Táxi foi recebida no Parlamento Europeu por eurodeputados das três nações do sul da Europa e por David Sassoli, vice-presidente do Parlamento Europeu e membro da Comissão dos Transportes e do Turismo.
Sassoli saudou a vinda dos profissionais do setor ao Parlamento Europeu e a criação da Aliança, salientou a importância da «concorrência justa», na medida em que do, seu ponto de vista, «os direitos não estão protegidos pelo modelo atual» em termos de «segurança e eficiência».
O vice-presidente do Parlamento Europeu incentivou ainda ao favorecimento dos «agentes europeus» de forma a promover «um verdadeiro mercado comum».
Florêncio de Almeida, por sua vez, lembrou que o setor dos táxis é «um dos mais regulamentados na economia de hoje» e que «não será possível ter concorrência justa visto que estas plataformas não estão reguladas».
«Sem regulação, como vamos competir?», inquiriu o dirigente o português
Fernando Ruas, eurodeputado do PSD, também presente na sessão como anfitrião da comitiva, destacou os táxis como «fonte de coesão social».
«O Parlamento Europeu é diretamente eleito pelos cidadãos» e nesse sentido Ruas considera-o a instituição ideal para «promover o associativismo», incentivando a Aliança Europeia do Táxi a acolher mais Estados-membros. «É um gosto continuar um nome dos amigos dos taxistas», admitiu o veterano social-democrata.
Ao SOL, Fernando Ruas, afirmou que o facto de «os profissionais de táxis e as suas associações quererem fazer a assinatura de uma grande associação na casa da democracia europeia é muito importante». Para Ruas, «a forma clara e muito justa como colocam o problema» é um «objetivo que todos partilhamos».
«Eu não imagino um campo de futebol em que duas equipas joguem com regras diferentes…» atirou, sem referir as novas plataformas rivais do setor táxi, como a Cabify ou a Uber.
A Aliança Europeia do Táxi visa apoiar regulações no que toca à sustentabilidade e à qualidade do serviço do setor.
Carlos Zorrinho, do Partido Socialista, esteve presente no almoço depois realizado.