“Sou andaluza e tenho orgulho nisso”. Susana Díaz invocou ontem as suas origens geográficas e sociais como – mais um – atributo para a candidatura às primárias do partido socialista espanhol, que ontem oficializou. A notícia era mais do que esperada, mas a presidente da Andaluzia escolheu a tarde deste domingo, num comício com 7000 mil pessoas em Madrid, para a anúncio formal. “Quero o voto de quem não tenha ódio, de quem não tenha rancor, para voltarmos a ser o que fomos. Juntos. Levantando este país. A ganhar por Espanha. Pelo PSOE. Pelos cidadãos. A ganhar”.
Mas Díaz não quer “ganhar de qualquer maneira”: diz que só aceita que o PSOE governe o país se ganhar as eleições, dando a entender que não aceitará fazer uma coligação com o Partido Popular de Mariano Rajoy. “Se tiver a confiança maioritária do PSOE, o PSOE terá como sempre um projecto autónomo. Uma coisa é fazer um acordo com um partido, outra é entregar o PSOE ou imitar outro partido”. Crítica do Podemos de Pablo Iglésias – que não quer “imitar” – Susana Díaz afirmou que “além do PSOE não existe esquerda transformadora”.
No anúncio da candidatura, Susana Díaz, que vai disputar as primárias com o ex-líder Pedro Sánchez, invocou várias vezes Felipe González e Jose Luís Rodríguez Zapatero, que governaram o país em nome do PSOE durante vários anos. A presidente andaluza promete uma “campanha sem marketing” e insiste em que não quer o voto de quem estiver preso “na nostalgia e no rancor”. “Este país tem três grandes desafios: a pobreza e a desigualdade; os populismos que crescem na Europa, com a sua onda de racismo e xenofobia; e a luta contra os nacionalismos”. Díaz, que afirmou que “muros e barreiras são sinónimos de dor”, criticou o governo de Rajoy por estar a “triturar” os direitos dos trabalhadores: “Era vontade política da direita que a desigualdade crescesse”.