Matos Correia já tinha deixado claro ontem ter muitas dúvidas sobre a forma como a maioria de esquerda estava a bloquear os requerimentos de PSD e CDS, nomeadamente sobre a troca de SMS entre Mário Centeno e António Domingues, mas também sobre o processo de recapitalização da Caixa.
Matos Correia considerou que podiam estar a ser postos em causa "os direitos das minorias" e o apuramento da verdade.
Agora, o social-democrata resolve pedir a demissão do lugar de presidente da Comissão, depois de ontem toda a reunião do plenário da Comissão ter sido em torno do que podiam ou não os deputados pedir ou perguntar.
A reunião foi tensa, com Matos Correia a ter de levantar a voz para serenar os ânimos dos deputados, impedindo o que classificou como faltas de respeito pela atividade parlamentar.
Matos Correia já tinha deixado claro não concordar com o facto de ter ficado fora do objeto da Comissão o processo de recapitalização da CGD, assim como também expressou discordância com a forma como esse argumento serviu para travar requerimentos potestativos do PSD e do CDS. Mas como presidente da Comissão acatou todas essas decisões e fez mesmo uma votação sobre os requerimentos da direita que o CDS considerou "ilegal" e votou sob protesto.
A Comissão de Inquérito à CGD volta hoje a reunir às 18h.
Está ainda por saber quais serão as "consequências regimentais, jurídicas e políticas" que PSD e CDS vão retirar do facto de a esquerda ter travado os requerimentos que entre outras coisas pediam o acesso aos SMS de Centeno e Domingues.
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