O líder do PCP lembrou o papel dos comunistas ao contribuírem para a “interrupção da ação destruidora do governo PSD/CDS” e para por termo à “política de direita” que durante quatro anos e meio “empobreceu o país, os trabalhadores e o povo”.
Para Jerónimo do Sousa, o apoio parlamentar ao governo do socialista António Costa significou, por isso, “dar expressão política à luta dos trabalhadores e do povo”.
Mas lembrou: “Esta não era e não é a solução para responder ao indispensável objetivo de rutura com a política de direita e à concretização de uma política patriótica e de esquerda”.
Jerónimo de Sousa elencou ainda algumas as prioridades na ação política do partido para os próximos tempos, designadamente a renegociação da dívida, o fim da submissão de Portugal ao euro, o alívio da carga fiscal sobre os rendimentos dos trabalhadores e a defesa e valorização do serviço nacional de saúde e da escola pública.
O secretário-geral do PCP dedicou ainda uma parte substancial da intervenção de abertura para lembrar aos congressistas que um dos principais constrangimentos para o desenvolvimento do país está na União Europeia e no euro. Para Jerónimo, a UE "constitui uma matriz política, ideológica, impossível de ser democratizada, humanizada ou refundada”.
“Portugal tem de libertar-se de um conjunto de constrangimentos da UE e desde logo, e em primeiro lugar do Euro", defendeu.
Uma das passagens do discurso de abertura que mais aplausos arrancou aos congressistas foi a evocação do antigo líder cubano Fidel Castro, que morreu há uma semana.
Para Jerónimo de Sousa, esse acontecimento constituiu “um momento de tristeza para os comunistas, revolucionários e progressistas de todo o mundo". Além do forte aplauso, de pé, no congresso ouviu-se o slogan “Cuba Vencerá”.
Líder do partido há 12 anos, Jerónimo lembrou também o centenário do nascimento do histórico dirigente do PCP Álvaro Cunhal, assegurando que os comunistas não deixarão de assinalar e realizar “a justa homenagem a essa figura central do século XX”.
“O PCP presta e reafirma a homenagem à sua excecional figura de patriota e revolucionário comunista, evocando a vida inteiramente consagrada aos ideais da liberdade, da paz e do socialismo", disse.