Paulo Coelho. Um amor milionário pela Suíça

Paulo Coelho. Um amor milionário pela Suíça


O autor dos bestsellers “O Alquimista”, “Veronika Decide Morrer” ou do mais recente “A Espia” está na lista dos 300 homens mais ricos da Suíça, onde mora há dez anos, com uma fortuna estimada em cerca de 366 milhões de euros, justificada pelas boas aplicações que tem vindo a fazer. A paixão helvética é tão…


Não é só para as palavras que o escritor Paulo Coelho parece ter jeito. O autor brasileiro de bestsellers mundiais, como “O Alquimista”, “As Valquírias” ou “Veronika Decide Morrer” deixou o Brasil há dez anos, mudou-se para a Suíça e, aos 69 anos, volta a ser considerado uma das 300 pessoas mais ricas a morar no país helvético.

É verdade que Paulo Coelho é o autor brasileiro mais traduzido da história e que “O Alquimista” está no livro de recordes do Guinness por ser a obra mais traduzida por um autor ainda vivo, com 65 milhões de cópias. Mais, do seu catálogo fazem parte 19 livros – o mais recente, “A Espia”, chegou às lojas em setembro – com edições em 73 idiomas o que faz com que o autor tenha vendido, até hoje cerca de 180 milhões de livros. Mas será que é só dos livros que vem tamanha fortuna que o coloca na lista das 300 pessoas mais ricas da Suíça? Na lista deste ano da revista “Bilan”, Paulo Coelho aparece, como já é hábito desde 2014, ao lado de nomes como o do sueco Ingvar Kamprad (fundador do IKEA), de bancários, empresários – incluindo o também brasileiro João Paulo Lemann – com uma fortuna estimada em cerca de 400 milhões de dólares (366 milhões de euros) o que representa um aumento de 35% em comparação com os valores patrimoniais de 2015.

De acordo com a coluna Radar on-line da revista brasileira “Veja”, assinada pelo jornalista Maurício Lima, o escritor justifica o crescimento com “as boas aplicações” que tem vindo a fazer. Mas este costuma ser um tema no qual Paulo Coelho não gosta de tocar. Em 2014, numa conversa com a referida revista “Bilan”, quando lhe perguntaram sobre a sua fortuna, o autor disse “não ter qualquer comentário a fazer”. “Prefiro manter-me discreto a propósito desse tema. Vocês são jornalistas, por isso são vocês que têm de procurar saber se a minha fortuna está sub ou sobre estimada.”

Genebra depois de Paris

De qualquer das formas, parece que Paulo Coelho está a adaptar-se muito bem à vida pela Europa. Depois de ter morado em Paris, num luxuoso apartamento no centro da cidade, o brasileiro mudou-se para Genebra. “Paris e eu não combinamos”, disse à revista “Época”. “A minha casa fica a cinco minutos do campo e preciso estar perto da natureza. Mudei-me para a Suíça porque havia a paranoia de que os países da União Europeia vetariam vistos de residência aos estrangeiros e porque o fisco francês abocanhava 60% dos meus rendimentos”. É um ponto válido, mas à “Bilan” responde: “Mesmo que não houvesse benefícios [os multimilionários em Genebra têm benefícios nos impostos] não vou deixar Genebra. Gosto da cidade. Além disso, e ao contrário de outros, eu não comprei só uma casa: eu moro mesmo aqui.”

Essa paixão helvética – “Acho que vivo no paraíso”, desabafou numa entrevista à revista do último Salão do Livro de Genebra – vai traduzir-se na criação de um museu nesta cidade, dedicado à sua obra e que irá receber cerca de 80 mil documentos e peças para consulta dos milhões de fãs da obra do autor. Além da primeira mesa usada por Paulo Coelho para escrever as suas obras, cadernos de apontamentos e comentários, no futuro Museu Paulo Coelho vão estar também os seus livros traduzidos em 73 idiomas.

O escritor parece também estar muito bem inserido na alta sociedade suíça. Uma reportagem de 2014 da revista “Época” dava conta do luxuoso “exílio” de Paulo Coelho:_“Um modo de vida prazeroso, mas sem ostentação”, num apartamento de 700 metros quadrados no bairro de Florissant, em Genebra, onde mora com a sua mulher, a pintora brasileira Christina Oiticica, e onde tem três empregados: um mordomo, uma copeira e um secretário. Coelho acorda todos os dias às 11h para cortar lenha e praticar tiro com arco, porque diz serem atividades que o ajudam a pensar. Passeia-se pelas redes sociais, onde é bastante ativo em português, inglês e espanhol, e, ao fim da tarde, entrega-se às suas orações. As noites de luxo de Paulo Coelho são passadas em convívios com amigos e celebridades. Pelo meio ainda vai tendo tempo para escrever bestsellers que continuam a despertar o interesse de leitores de todo o mundo.