Ruptura no BPI. Acordo entre Isabel dos Santos e Caixabank fica sem efeito

Ruptura no BPI. Acordo entre Isabel dos Santos e Caixabank fica sem efeito


O acordo firmado há uma semana entre o Caixabank e Isabel dos Santos para reduzir a exposição a Angola morreu. A administração do BPI culpa a empresária angola pela reversão do negócio, ao impor condições que não estavam previstas inicialmente, já depois de assinado o entendimento.


O Banco Central Europeu (BCE) tinha imposto uma mudança de fundo no BPI, até 10 de abril. O banco teria de reduzir a exposição a Angola, que o banco central considera excessiva, e no limite do prazo foi anunciado um acordo entre as partes. Embora nads de concreto tivesse sido anunciado, a expectativa do mercado é que o CaixaBank, que tem 44% do BPI, comprasse a posição de Isabel dos Santos (19%) e lançasse depois uma OPA ao resto do capital. Em contrapartida, a empresária ficaria com o controlo do BFA em Angola, reduzindo assim a exposição direta do BCPI àquele mercado.

Dada a falta de pormenores sobre o acordo, a CMVM nunca levantou a suspensão da negociação das acções do BPI, durante a última semana. E hoje a administração do banco, liderada por Fernando Ulrich, anunciou que esse entendimento “ficou sem efeito”.

Segundo as explicações avançadas no comunicado, “já depois do dia 10 de Abril, a Santoro Finance desrespeitou o que tinha acordado e veio a solicitar alterações aos documentos contratuais acima mencionados”.

Em algumas delas foi possível chegar a um acordo. “Porém, uma das alterações solicitadas, pela sua relevância, iria desfigurar gravemente a solução que fora acordada e comunicada ao Conselho de Administração do Banco BPI, que a aprovou em reunião realizada no dia 13 de Abril”, indica. Como consequência, o informa o acordo está sem efeito e que “está em contacto com o Banco Central Europeu para ser encontrada uma alternativa”.

joao.madeira@ionline.pt