Portuguesas surfaram melhor nas ondas da Caparica

Portuguesas surfaram melhor nas ondas da Caparica


Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins dominaram o Caparica Surf Fest e qualificaram-se para o Challenger Serie. A competição esteve ameaçada pelo Nelson, mas a organização foi mais forte.


A última etapa do Qualifying Series decorreu na praia do Paraíso, na Costa da Caparica, e consagrou a portuguesa Yolanda Hopkins e o francês Tiago Carrique como os novos campeões europeus. A prova foi igualmente determinante para apurar os surfistas que vão participar na próxima edição do Challenger Series (CS), a segunda competição mais importante da World Surf Ligue (WSL).

A tempestade Nelson criou dificuldades acrescidas, nunca se tinha surfado assim na Costa da Caparica, mas a capacidade organizativa e o esforço dos surfistas levaram a melhor sobre o mau tempo. Na competição feminina, Teresa Bonvalot fez uma prova impecável. Foi de vitória em vitória até a derradeira bateria, onde derrotou Yolanda Hopkins “é a terceira vez que ganho esta prova. As condições foram difíceis, e conseguir surfar assim diz tudo. A minha avó está, pela primeira vez, a ver-me, e ganhar assim ainda é mais especial”, disse Bonvalot.

Yolanda Hopkins revalidou o título de campeã europeia e conseguiu a melhor onda e score total de toda a prova (18,70 pontos em 20 possíveis). “A única pessoa que me podia tirar o título era a Tessa Thyssen, como ela perdeu, eu senti-me mais tranquila. As ondas estavam super divertidas, tentei divertir-me ao máximo. E quando te divertes encontras as ondas mais improváveis, e tive sorte, encontrei alguns pequenos tubos”, disse a sorrir. As finalistas do Caparica Surf Fest estão apuradas para os Jogos Olímpicos Paris 2024, embora a competição se realize na praia de Teahupo'o, Taiti, na Polinésia Francesa. “Tenho passado muitas horas na água a tentar melhorar o meu surf para ficar mais consistente”, acrescentou a campeã europeia.

Os surfistas franceses dominaram a competição masculina. Tiago Carrique venceu esta prova, numa bateria muito renhida com Maxime Huscenot, e sagrou-se campeão europeu. “Estou muito feliz, não consigo acreditar, trabalhei muito para isto”, disse o vencedor, que começou a surfar com três anos na Costa Rica. “Como já tinha o título europeu, surfei a final tranquilamente. Nem consigo falar, foram tantas as emoções nos últimos dias”, concluiu. Destaque ainda para Guilherme Ribeiro, que terminou no quinto lugar e conseguiu uma vaga no Challenger Series. “Conquistar este resultado em casa com a minha família, namorada e amigos por perto é uma experiência incrível. Fui bastante consistente no final da temporada e sinto que essa é a chave. Existem alguns lugares que não conheço no Challenger Series, por isso estou ansioso para descobrir e ter a oportunidade de aprender com os melhores”, disse o surfista da Costa da Caparica.

Não foram só os surfistas que lutaram com a tempestade Nelson, a organização passou por um mau bocado. O mar revolto e imprevisível, as ondas ultrapassaram os três metros de altura, e o vento desfavorável (onshore) interrompeu a prova, e os responsáveis chegaram a pensar em cancelar o Caparica Surf Fest. A Costa da Caparica tem excelentes condições para a prática do surf, só que este ano foi posta à prova de forma implacável. Apesar das condições desafiantes, a prova foi um sucesso e já se fala na subida de patamar e passar a integrar a segunda competição mais importante do WSL.