BCE não sobe juros pela terceira vez consecutiva

BCE não sobe juros pela terceira vez consecutiva


Juros ficam inalterados no patamar dos 4%.


O Banco Central Europeu (BCE) continua sem subir os juros e, pela terceira vez desde julho de 2022, o executivo liderado por Christine Lagarde decidiu, esta quinta-feira, na sua reunião de política monetária não aumentar as taxas de juro de referência para a Zona Euro.

Assim, a taxa de depósitos fica em 4%, o nível mais elevado desde o lançamento do euro, em 1999. Já a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica nos 4,75%.

“O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje manter as três taxas de juro diretoras do BCE inalteradas. A informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação das perspetivas de inflação a médio prazo”, lê-se no comunicado.

“Excetuando um efeito de base em sentido ascendente na inflação global relacionado com os produtos energéticos, a tendência descendente da inflação subjacente prosseguiu e os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a ser transmitidos de forma vigorosa às condições de financiamento. As condições de financiamento restritivas estão a refrear a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação”, diz o banco central.

Recorde-se que, ainda este mês, Christine Lagarde, admitiu ser “provável” que o banco central corte as taxas de juro no verão. No entanto, disse, essa descida tem de ser “cautelosa”. 

“Dependemos da informação e ainda há um nível de incerteza, alguns indicadores não estão no nível a que gostaríamos de os ver”, justificou, à margem do Fórum Económico Mundial, que decorreu na cidade suíça de Davos na semana passada.

É que descer as taxas de juro para voltar a subir, seria um erro que o Banco Central Europeu não quer cometer. “Se isso acontecesse estaríamos a desperdiçar todos os esforços que toda a gente fez nos últimos meses”, defendeu Lagarde à agência Bloomberg.

No entanto, Lagarde disse estar “confiante de que, a menos que tenhamos outro choque, chegámos ao pico” nas taxas de juro, acrescentando que “temos de continuar em terreno restritivo pelo tempo que for necessário para garantir que chegamos a uma situação em que estamos confiantes de que a inflação está a caminhar para o objetivo de 2%”.