PSD, CDS-PP e PPM assinaram este domingo o acordo de coligação Aliança Democrática (AD) perante uma sala lotada na Alfândega do Porto e com Portugal como palavra de fundo. O texto do acordo refere que a aliança tem o “propósito de oferecer a Portugal a mudança política necessária e um Governo ambicioso, reformista, moderado, estável e maioritário” e inclui as legislativas de 10 de março e as europeias de 09 de junho.
Após a assinatura do acordo, o presidente do PSD apelou hoje ao voto dos desiludidos com o PS e defendeu que este é “um projeto político de esperança e confiança”.
Luís Montenegro afirmou que “tal como no final dos anos 70, Portugal encontra-se hoje num impasse: estamos em tempo de estagnação; estamos em tempo de ressaca de todas as experiências de Governo socialista. E todas as [fórmulas] redundaram num falhanço clamoroso dos objetivos a que se propuseram”. No entanto, garantiu, “esta aliança não é uma imitação de 1979”.
Na sua intervenção, o líder do PSD fez mesmo um apelo ao voto dos que, nas últimas eleições, deram maioria absoluta ao PS. “Àqueles que acreditaram no PS há dois anos, quero dizer que este projeto da AD é também para vós, para os que se desiludiram. Que bela oportunidade deram ao PS e que o PS desperdiçou completamente”, considerou.
O presidente do PSD defendeu que o Governo liderado por António Costa “não acabou por causa do Presidente da República ou qualquer outra instituição”, sustentado que “faltou competência ao Governo, a todos os membros que por lá passaram, faltou capacidade de transformação e vontade política, porque instrumentos para mudar ninguém teve como agora”.
Num discurso em que apontou também falhas ao Governo nas áreas da educação, habitação ou na redução da pobreza, Montenegro acabou a parafrasear o histórico dirigente e antigo primeiro-ministro Carlos Mota Pinto. “Nós hoje somos muitos nesta sala – esta sala que está a ferver e fervilhar de entusiasmo – amanhã seremos mais, vamos ser milhões, vamos ganhar as eleições e transformar Portugal”, apelou.
Por seu lado, considerando que a AD tem todas as condições para governar Portugal, o presidente do CDS-PP insistiu que durante os oito anos de governação o PS “manifestamente não deu conta do recado”, afetando até a credibilidade das instituições democráticas.
Segundo Nuno Melo, quando a opção é escolher um projeto rigorosamente igual ou um projeto reformista e inovador, os portugueses não podem ter dúvidas na hora de votar.
“Hoje em causa está mesmo a opção entre continuar com o que tivemos durante oito anos ou um projeto que é estável, confiável e com quadros capazes, se o eleitorado olhar para o espaço político centro-direita só há um projeto assim que é o da AD”, acrescentou.
Nuno Melo lembrou ainda que sempre que CDS-PP e PSD se coligaram para eleições legislativas venceram os atos eleitorais, antevendo que isso se irá repetir.
O acordo, assinado pelos presidentes do PSD, Luís Montenegro, do CDS-PP, Nuno Melo, e do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, aponta como prioridades da AD alcançar níveis elevados de crescimento, reforçar rendimentos e salvar e reabilitar o Estado Social do definhamento em curso.
O programa eleitoral da Aliança Democrática – que promete uma campanha “pela positiva” – terá contributos dos três partidos e de personalidades independentes e, sobre lugares, refere apenas que as listas para as legislativas e europeias “serão baseadas na ponderação global dos resultados que os três partidos obtiveram” em anteriores sufrágios, cumprindo a lei da paridade e incluindo independentes.