Em 2022 Portugal recebeu quase 121 migrantes

Em 2022 Portugal recebeu quase 121 migrantes


Este valor é o mais elevado dos últimos nove anos e quatro vezes mais do que o registado em 2014.


De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgados esta segunda-feira, em 2022 Portugal terá recebido quase 121 mil imigrantes.

Este valor é o mais elevado dos últimos nove anos e quatro vezes mais do que o registado em 2014.

É possível constatar, no mais recente relatório sobre Perspetivas da Migração Internacional (International Migration Outlook 2023) da OCDE, que Portugal passou de receber 30.800 imigrantes em 2014 para 120.800 em 2022, sendo que este último valor é ainda uma estimativa.

Os valores dizem respeito à migração permanente e deixam de fora situações de acolhimento por razões humanitárias, nomeadamente, o que aconteceu no seguimento da guerra da Ucrânia.

Além do mais, a OCDE avança que o fenómeno é transversal em todo o mundo, levando a organização a constatar que “o número de novos imigrantes de tipo permanente na OCDE atingiu um máximo histórico de 6,1 milhões em 2022".

A OCDE, que inclui 38 países, defende que o número de novos migrantes é em cerca de 26% superior ao constatado em 2021, e acaba por ficar 14% acima do valor de 2019.

De acordo com o relatório, os principais destinos são os Estados Unidos da América (EUA), Alemanha, Reino Unido e Espanha, onde se tem registado grandes aumentos anuais, entre 21% e 35%.

A organização elenca que Portugal é apontado como um dos países que têm apoio personalizado para mulheres migrantes ou refugiadas, com um programa que abrange entidades empregadores, autoridades públicas, sociedade civil e centros de emprego, entre outros.

Em 2022, o número de primeiros requerentes de asilo aumentou 47%, chegando a cerca de 2.000 e a maioria dos requerentes provinha do Afeganistão (300), da Índia (200) e da Ucrânia (200, excluindo os beneficiários de proteção temporária).

A emigração de cidadãos portugueses para países da OCDE aumentou 21% em 2021, para 47 mil. Aproximadamente 16% deste grupo migrou para França, 16% para a Suíça e 14% para Espanha.

O relatório refere também a aprovação da criação da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que "sucederá ao Alto Comissariado para as Migrações (ACM), implementando políticas públicas de migração e asilo", e a implementação do visto para nómadas digitais.

"Outra alteração relevante é a agilização da emissão de vistos aos cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no âmbito de um Acordo de Mobilidade entre estes países", ressalva a OCDE, acrescentando que foi igualmente facilitado o processo para que estudantes internacionais possam trabalhar.