Metro de Lisboa prevê que expansão da linha Vermelha afete “cerca de 20 edificações”

Metro de Lisboa prevê que expansão da linha Vermelha afete “cerca de 20 edificações”


Alguns dos imóveis que estão previstos de serem afetados pertencem à Câmara de Lisboa, nomeadamente, na Calçada do Livramento.


O Metropolitano de Lisboa iniciou, este mês, o processo de expropriações, constituição de servidões administrativas e ocupações temporárias para concretizar o prolongamento da Linha Vermelha, entre São Sebastião e Alcântara, afetando “cerca de 20 edificações”, informou esta terça-feira a empresa.

A empresa, em reposta escrita à agência Lusa, explicou que “nesta fase estão envolvida cerca de 20 edificações e foram cumpridos todos os requisitos previstos na lei”, além do mais, “os moradores/proprietários dos imóveis abrangidos foram informados, por carta, sobre as condições propostas pelo Metropolitano de Lisboa e os respetivos ‘timings’ do processo”.

O Metropolitano iniciou no primeiro dia de setembro o processo de expropriações, constituição das servidões administrativas e ocupações temporárias, no âmbito do projeto de prolongamento da linha Vermelha de São Sebastião a Alcântara. Neste momento, estão a decorrer contatos entre a empresa e todos os interessados.

“Face à necessidade de ocupar alguns edifícios interferidos pelo projeto, o Metropolitano de Lisboa vai indemnizar todos os interessados, designadamente proprietários, arrendatários e empresas”, referiu a empresa de transporte públicos.

A empresa de transportes de Lisboa acrescentou ainda, sem avançar valores, que as indemnizações serão “de acordo com o que está previsto na lei mediante o valor apurado por peritos avaliadores independentes designados pelo Tribunal da Relação de Lisboa, privilegiando-se a celebração de acordos com os interessados”.

O Metropolitano referiu que irá respeitar, “na medida do possível”, todo o edificado existente, a empresa revelou que, contudo, “algumas construções localizadas na envolvente do Baluarte do Livramento e da futura estação Alcântara terão de ser demolidas”.

“Todas estas situações serão devidamente enquadradas e planeadas com a devida antecedência no sentido de procurar minimizar os impactos causados junto da população”, apontou.

Entre os edifícios que estão previstos de serem afetados, está o património da Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente na Calçada do Livramento, tendo o Metropolitano já notificado o município relativamente à Declaração de Utilidade Pública, que teve publicação em 26 de julho deste ano.

A Câmara, em declarações à agência lusa, defende que “o município assume neste processo a qualidade de expropriado, não tendo em nada contribuído para a situação em apreço. No entanto, e apesar de não ter qualquer responsabilidade, o município encontra-se a acompanhar os inquilinos habitacionais afetados na relação processual com o Metropolitano de Lisboa, tendo em vista a salvaguarda dos direitos destas famílias”

O município esclarece ainda que o metropolitano tem, na qualidade de entidade expropriante, tem a responsabilidade de “assegurar o pagamento das indemnizações/realojamentos/atribuição de novos espaços de todos os que detenham a qualidade de interessados, quer como arrendatários habitacionais, quer como arrendatários comerciais”.

De acordo com o Metropolitano, a execução das intervenções no Baluarte do Livramento está a ser articulada com a Câmara de Lisboa, através de “diálogo próximo e produtivo” entre a empresa e o município, assim como com todos os intervenientes que irão beneficiar do prolongamento da linha Vermelha.