O ministro da Defesa da Bielorrússia, Victor Khrenin, assegurou hoje que o seu país se prepara para acolher também armas nucleares estratégicas russas, depois de se comprometer inicialmente a receber armas nucleares táticas.
"Já estamos a preparar as instalações existentes. Se a atual retórica agressiva (do Ocidente) continuar, esse será o próximo passo", disse Khrenin, para justificar o facto de a Bielorrússia estar disponível para aceitar armas estratégicas russas, depois de ter combinado com o Kremlin a instalação de armas nucleares táticas.
"Quando confrontado com a ameaça de força, temos de responder com a força. Infelizmente, no Ocidente, é a única linguagem que entendem", explicou o ministro bielorrusso.
"Entendemos perfeitamente que perante tal situação, diante da ameaça do uso da força, reagiremos apenas com a força. Portanto, as decisões que foram tomadas serão implementadas", assegurou Khrenin.
Em todo o caso, o ministro garantiu que esta é uma prerrogativa do chefe de Estado, Alexander Lukashenko, que pediu ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, o envio de armas nucleares táticas para fazer face à crescente ameaça da NATO.
Khrenin lembrou que Lukashenko já tinha admitido o acolhimento de armas nucleares estratégicas russas, no momento em que combinou com o Kremlin a colocação de armas táticas.
"Temos aviões que podem transportar cargas nucleares. Temos pilotos treinados. Recebemos sistemas Iskander modernos que podem transportar mísseis com ogivas nucleares", acrescentou o ministro da Defesa da Bielorrússia.
Ainda assim, Khrenin insistiu que não é desejo do seu país vir a usar essas armas.
"Elas são um fator estratégico de dissuasão", garantiu o ministro.
Em relação ao armamento tático russo que será enviado para a Bielorrússia, Khrenin anunciou que os soldados vão concluir o treino em território russo na próxima semana.
Quando anunciou o acordo com Minsk para a implantação de armas nucleares táticas, Putin reconheceu que os silos não estariam prontos até julho.
Posteriormente, Lukashenko não descartou pedir à Rússia armas nucleares estratégicas, como mísseis intercontinentais, em caso de necessidade.
O secretário do Conselho de Segurança da Bielorrússia, Alexander Vólfovich, assegurou que não é certo que armas nucleares táticas sejam colocadas na fronteira com os países vizinhos – Polónia, Lituânia e Letónia — que são membros da NATO, lembrando que quando o seu país fazia parte da União Soviética, "havia mais de 43 pontos de colocação de armas nucleares".
Em 06 de abril, Putin garantiu ao se encontrar com Lukashenko no Kremlin que a Rússia continuará a aumentar a cooperação militar e de segurança com a Bielorrússia devido às crescentes tensões nas fronteiras de ambos os países no âmbito da invasão da Ucrânia.