Joana Matos, Francisco Brito, João Rodrigues e Nuno Ferro brilharam em Barcelona. Os quatro jovens portugueses levaram até ao Mobile World Congress a sua aplicação para telemóveis destinada aos praticantes do surf e saíram de lá com a melhor app europeia. Em Barcelona estavam seis projectos a concorrer pela distinção: portugueses, espanhóis, franceses e holandeses. E foi a Surfstoke que mais deu nas vistas ao ser apresentada como a primeira rede global dos amantes de desportos de ondas. Fazer um check-in quando se chega à praia, criar um relatório com informação do Instituto Hidrográfico sobre o estado do mar, fotografias e avaliações pessoais das condições do local são só algumas das possibilidades que esta tecnologia made in Portugal oferece.
O surfista fica com uma ficha completa da praia, que pode partilhar com todos os membros ou só com um ou dois amigos no caso de querer salvaguardar os chamados secret spots (lugares secretos). Os check-in da Surfstoke parecem mais uma burocracia tipicamente portuguesa, mas estão longe disso. A ferramenta permite saber onde estão a surfar os amigos e em que praias estão as melhores condições no momento da consulta. Além disso, os utilizadores ganham pontos que dão acesso a ofertas em lojas parceiras, como a PAEZ, a ORG ou a Bana Surf Shop.
A app está disponível gratuitamente para iOS e Android, tendo sido lançada em Novembro pelos quatro empreendedores e com o selo MIT-Portugal. “O nosso objectivo está bem patente no nome: Stoke significa o êxtase de apanhar uma onda. E é este feeling que queremos levar a todas as praias do mundo onde existam surfistas prontos a dominar as ondas”, diz Joana num comunicado divulgado pela empresa.
Tudo isso começou com Joana Matos, que foi quem teve essa ideia quando fazia o mestrado em Gestão na Universidade Católica, em Lisboa. Os outros três juntaram-se logo a seguir. João Rodrigues, que também é de Gestão, Francisco, especializado em comunicação online e Nuno, que é programador, trabalharam mais de um ano nesta aplicação.
Por quatro dias, Barcelona foi o palco mundial da economia digital e mobile, onde contou com a presença de mais de 85 mil pessoas que assistiram a palestras e talks de CEO de empresas líderes nestas indústrias.
Mark Zuckerberg (fundador do Facebook) foi a atracção principal, mas os quatro portugueses também tiveram o seu momento de fama.