Casas nas árvores. Aprenda a construir o seu templo a um passo do céu


Há 15 anos que o arquitecto Pete Nelson realiza sonhos de infância. O design luxuoso ajusta-se à natureza com a construção e remodelação de abrigos, e revela-se em “A minha casa numa árvore”, que estreou quarta-feira no Discovery Channel. Inspire-se como Maria Ramos Silva para mudar de vida Um martelo e um berbequim. Com apenas…


Há 15 anos que o arquitecto Pete Nelson realiza sonhos de infância. O design luxuoso ajusta-se à natureza com a construção e remodelação de abrigos, e revela-se em “A minha casa numa árvore”, que estreou quarta-feira no Discovery Channel. Inspire-se como Maria Ramos Silva para mudar de vida

Um martelo e um berbequim. Com apenas duas ferramentas, e não mais que cinco anos de idade, Pete Sendon estreou-se na aventura de erguer uma casa numa árvore, uma daquelas ideias românticas que têm tudo para nascer e morrer entre as fases da infância e da adolescência. Mas o norte-americano criado no estado de Washington não só realizou o seu sonho como ganha a vida a realizar os dos restantes sonhadores. A prova de que não é um caso isolado nesta aventura está no programa que se estreou quarta-feira no Discovery Channel, “A minha casa numa árvore”.

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Ao longo de sessões duplas, os espectadores viajam por todo o mundo para assistir ao processo de conversão de uma árvore numa habitação. Se é pouco dado a actividades ao ar livre, e torce o nariz aos níveis de conforto de uma tenda de campismo, pense duas vezes antes de antever uma estrutura modesta com condições dignas apenas de uma estada-relâmpago. Para Pete, que na série se faz acompanhar pelo filho, trata-se de um negócio sofisticado e estudado ao milímetro, aliando as preocupações de sustentabilidade a um design de luxo.

O céu é o limite é a premissa do homem que baptizou a sua primeira casa numa árvore com o nome de Temple of Blue Moon. Sendon recorreu às linhas do Parténon para edificar o projecto inaugural, num espaço descoberto durante um inspirador passeio numa noite de lua cheia, e daí o nome escolhido. Para trás ficavam ensaios na companhia do pai, com quem pôs de pé o Tree House Bed and Breakfast, na área de Fall City.

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Hoje é ao lado da mulher, Lucy, que vai adicionando nomes à sua prole. Ao tempo da lua cheia seguiram-se Trillium, The Nest, The Upper Pond, Bonbibi, e The Burl. Os serviços prestados pelo mestre das casas nas árvores encontram-se em www.nelsontreehousesupply.com, ponto de partida do planeamento e consultoria, plataforma criada em 2005, quando Nelson acumulava já 20 anos à frente desta empreitada. Workshops, informação sobre ferramentas e outros dados para quem pretende deitar mãos à obra – basta seguir as coordenadas. Quem procura estada e organização de eventos menos comuns, vasculhe em www.treehousepoint.

Em Março, Nelson lançou o livro “Be in a Treehouse”, com conselhos preciosos para os aspirantes a construtores. Primeiro há que escolher a árvore certa, necessariamente saudável e com um diâmetro generoso. O cedro, o carvalho e o ácer estão entre as preferências do entendido na matéria. Se, pelo contrário, contava mudar-se para o cimo de uma palmeira, esqueça. Esta é uma das espécies menos recomendadas, a par dos amieiros. Originalidade sim, mas em segurança.

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A segunda dica passa pela atenção ao contexto. A sua casa deve fundir-se com a natureza, destoando o menos possível do cenário. Obter licença para construção é outra das notas essenciais. Acima de tudo, e dentro do espírito, não tenha pressas em conseguir resultados. Leve o tempo que for preciso a erguer o seu abrigo com vista para as nuvens.

Há-as espelhadas, em forma de ninho ou de objecto voador não identificado, com dois ou mais andares e tantos metros quadrados de área útil como um pequeno palácio, de portas abertas para servir refeições ou acolher turistas em regime de alojamento temporário. Umas mais comuns, outras dadas à excentricidade, como a casa de Joanne Ussary, que investiu milhares de dólares para deslocar um Boing 727 para o cimo de uma árvore e transformar esta junção numa Executive Suite, com direito a jacuzzi no cockpit.

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Ao longo dos episódios, multiplicam-se os pedidos e os desafios à mistura. Um casal de texanos, por exemplo, solicita os serviços de Pete para desenvolver uma casa ao melhor estilo de rancho, na sua propriedade em Waco, o que acaba por se revelar a maior estrutura alguma vez montada pelo arquitecto. Uma família de origens irlandesas de Orange County, Califórnia, suspira por lembranças da sua terra natal, razão para construir um refúgio celta entre oliveiras. Nelson terá oportunidade de ver nascer o primeiro spa incrustado numa árvore, em Austin. Enquanto isso, um escritor nova-iorquino procura um espaço para recuperar a criatividade, e dois pombinhos desejam uma suíte especial para passar a lua-de-mel. E que tal um sítio nas alturas para fabricar cerveja artesanal? Também se arranja.

Sonhar é grátis, mas atenção que a realização dos sonhos tem um preço, como quase tudo na vida. Reserve 60 mil euros no mínimo para realizar os seus.