Fóssil de gafanhoto com mais de 300 milhões de anos descoberto em Gondomar

Fóssil de gafanhoto com mais de 300 milhões de anos descoberto em Gondomar


O fóssil, que revela “um novo género e nova espécie para a ciência”, recebeu o nome de ‘Lusitadischia sai’ e é um “achado extremamente raro na Península Ibérica”.


Foi descoberto, na região de São Pedro da Cova, em Gondomar, um fóssil de gafanhoto pré-histórico em rochas com mais de 300 milhões de anos, que segundo os investigadores responsáveis pela descoberta, constitui “um achado extremamente raro” na Península Ibérica. 

A descoberta foi revelada num artigo publicado na revista científica Historical Biology pelo investigador Pedro Correia, doutorado do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra. Segundo o mesmo, em declarações à agência Lusa, o fóssil, que revela “um novo género e nova espécie para a ciência”, recebeu o nome de ‘Lusitadischia sai’ e é um “achado extremamente raro na Península Ibérica”.

“O novo fóssil agora descrito para a ciência corresponde a um grupo de insetos saltadores primitivos que existiram no final do paleozoico”, explicou Pedro Correia, esclarecendo que esta “superordem difundida e diversificada” permanece pouco conhecida na Península Ibérica, “devido à raridade dos registos até ao momento”.

De acordo com o especialista, esta diversidade – representada por tão poucos registos – reflete “a dificuldade de se encontrar fósseis deste grupo na Península Ibérica”. Apesar disso, Pedro Correia, esclareceu que tal não significa que estes e outros insetos “não eram abundantes e diversificados nesta região”, mas sim que a limitação do seu registo é “um grande obstáculo" para as descobertas.

A ‘Lusitadischia sai’ é, agora, o segundo registo da família Oedischiidae até então descoberto na Península Ibérica o que “volta a demonstrar que a baixa diversidade demonstrada está subestimada pelo limitado potencial de fossilização deste tipo de fauna pré-histórica, mas também pela dificuldade de encontrar e reconhecer estes achados em condições de preservação”, afirmou o investigador.

Relativamente ao nome escolhido, Pedro Correia contou que este é dedicado ao paleontólogo e professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Artur Sá, pelo “importante contributo na estratigrafia e paleontologia do Paleozoico inferior do sudoeste da Europa, norte de África e também na promoção e valorização do Património Geológico”.