Pedro Sánchez vai a Marrocos quinta-feira encontrar-se com Rei Mohamed VI

Pedro Sánchez vai a Marrocos quinta-feira encontrar-se com Rei Mohamed VI


O Ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, fez o anúncio da deslocação que era esperada, depois de Madrid ter mudado de posição sobre o Saara Ocidental, aceitando agora a proposta marroquina de conceder uma autonomia àquela ex-colónia espanhola como forma para resolver o conflito no território.


O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, desloca-se a Marrocos esta quinta-feira para se encontrar com o Rei Mohamed VI e resolver a crise diplomática entre os dois países que dura há quase um ano.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, fez o anúncio da deslocação que era esperada, depois de Madrid ter mudado de posição sobre o Saara Ocidental, aceitando agora a proposta marroquina de conceder uma autonomia àquela ex-colónia espanhola como forma para resolver o conflito no território.

"O chefe de governo desloca-se quinta-feira à tarde a Marrocos […] onde manterá conversações com o Rei de Marrocos", disse o chefe da diplomacia espanhola numa conferência de imprensa após o Conselho de Ministros semanal.

Pedro Sánchez irá participar com o Rei de Marrocos "na quebra do jejum", do mês do Ramadão, um dos cinco pilares básicos da religião islamita, o que "é um sinal muito forte de amizade" por parte de Mohamed VI, disse Albares, que também participa nesta visita.

Os dois países manifestaram a sua vontade de iniciar uma nova etapa na sua relação, deixando para trás a crise provocada pela receção, há um ano em Espanha, do líder da Frente Polisario, Brahim Ghali, na altura doente com covid-19, e pela posição do governo espanhol sobre o Saara Ocidental.

Criticado por todos os partidos políticos em Espanha, com a exceção do socialista (PSOE, no poder), e também pela Argélia, o principal apoiante da Frente Polisário, Madrid assegura que não mudou a sua posição, mas apenas deu "um passo adicional" para contribuir para a resolução de um conflito que se arrasta há quase 50 anos.

A crise entre Rabat e Madrid teve o seu ponto mais alto com a chegada de mais de 10.000 migrantes ao enclave espanhol de Ceuta em meados de maio de 2021, na sequência de uma flexibilização dos controlos do lado marroquino.

A Espanha denunciou na altura a "chantagem" e a "agressão" de Marrocos, tendo Rabat chamado a sua embaixadora em Madrid, que só regressou no passado dia 20 de março, dois dias depois de ser conhecida a nova posição do país.