A entrevista passou no SiriusXM, e nela a jovem cantora de 19 anos disse que agora se sente "devastada" ao refletir sobre a exposição a que se submeteu conteúdos pornográficos. Eilish disse que a experiência a levou a "não dizer não às coisas que não eram boas" quando começou a fazer sexo. "Porque pensei que era para essas coisas que deveria sentir-me atraída", disse a vencedor de vários Grammy.
Eilish, que está prestes a fazer 20 anos, passou grande parte da sua vida adolescente sob os holofotes. Construiu uma reputação por usar um estilo de roupas largueironas e tem falado regularmente sobre a imagem corporal e sobre ser sexualizada enquanto crescia.
O tema da pornografia surgiu na entrevista por ser referenciado numa música, Male Fantasy, do seu álbum Happier Than Ever. Eilish disse a Howard Stern que agora acha que a pornografia "é uma vergonha" depois de assistir a conteúdos que ela descreve como "violentos" e "abusivos" enquanto crescia.
Eilish criticou particularmente a maneira como a pornografia tende a representar o corpo e as experiências sexuais das mulheres. “Não entendia como isso podia ser mau – na altura, pensei que era uma forma de aprender a fazer sexo”, disse, acrescentando que a sua mãe ficou “horrorizada” quando ela lhe contou.
A cantora e compositora disse acreditar que ter-se exposto ao conteúdo quando era tão jovem havia "destruído" o seu cérebro e lhe causara pesadelos. Eilish defendeu que este é um "problema real", e que a pornografia pode prejudicar uma compreensão mais ampla do que é normal durante o sexo, incluindo o consentimento.
A opinião é compartilhada por especialistas com foco no bem-estar infantil, incluindo a Unicef, que afirma que a exposição à pornografia numa idade jovem pode ser prejudicial. Os especialistas afirmam que a pornografia que retrata atos abusivos e misóginos pode levar à sua normalização, bem como a problemas de saúde mental e outros resultados negativos em crianças.
Eilish também discutiu uma série de outras questões na entrevista, incluindo o namoro sob os holofotes e o ter contraído Covid-19 no início deste ano, apesar de ter sido vacinada. "Eu não morri e não ia morrer, mas isso não diminui o quão miserável foi. Foi terrível", disse ela, acrescentando que passou mal ao longo de quase dois meses.