A grande transformação


A grande transformação está a arrancar aos solavancos. Como nos velhos motores de combustão não podemos desistir.


“A grande transformação – de um mundo fraturado para uma sociedade de bem-estar”, foi o tema do evento que juntou em Paris no passado dia 12 de novembro, António Costa, Pedro Sánchez, Iratxe Garcia e Anne Hidalgo, entre muitos outros, tendo por base um estudo (‘The Great Shift’) produzido pela Comissão Independente para a Igualdade Sustentável, coordenada pela ministra adjunta do Governo de Espanha Teresa Ribera e pelo antigo primeiro-ministro dinamarquês Poul Nyrup Rasmunsen. 

A social-democracia tem vindo a reinventar-se e a reconquistar apoios e espaço de governação em toda a Europa, com a cereja no topo do bolo prestes a surgir na Alemanha. António Costa e Pedro Sánchez lideram governos social-democratas que têm combinado equidade social com consistência orçamental. Iratxe Garcia preside ao grupo político que os indicadores reconhecem como o mais influente na definição das políticas no Parlamento Europeu (S&D). Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris, está a dar os primeiros passos numa difícil, mas desafiante candidatura à Presidência da República francesa. 

O estudo identifica a procura cada vez maior por uma visão alternativa, em que a humanidade e o planeta se unam num processo de desenvolvimento sustentável, com o planeta preservado e as pessoas possam viver uma vida com dignidade e bem-estar.

Quem protagonizar as políticas capazes de responder aos desafios complexos da sustentabilidade e do desenvolvimento, envolvendo as pessoas no processo de transformação económica, social e política que são necessários para a grande transformação, tenderá a conseguir um mais forte reconhecimento dos eleitores e a dar um contributo decisivo para reconquistar o interesse dos cidadãos e em particular dos mais jovens pela cidadania ativa e pela participação política.

Pelos seus valores intrínsecos, a social-democracia está particularmente bem colocada para ter uma posição forte na transformação progressista que os desafios que se colocam à humanidade e ao planeta exigem.

A Conferência do Clima que terminou após prolongamento, na noite de dia 13 de novembro em Glasgow, permitiu alguns passos em frente, mas a grande transformação necessária para conter o aquecimento climático não ficou consolidada e as fraturas entre o mundo desenvolvido e o mundo em desenvolvimento continuaram expostas.

A igualdade sustentável não pode ser apenas um slogan, e embora seja óbvio que alcançá-la exige tempo, negociação, envolvimento, novas soluções tecnológicas e novos modelos de organização social, os sinais das ações concretas imediatas serão decisivos para o sucesso na longa caminhada.

Na última da hora de Glasgow algum carvão conseguiu ainda ficar à tona do acordo. Na mesma linha de água se agita também a falta de recursos suficientes para apoiar os países mais vulneráveis e os menos desenvolvidos a fazerem os investimentos necessários para que a grande transformação seja um processo entre iguais.

A grande transformação está a arrancar aos solavancos. Como nos velhos motores de combustão não podemos desistir. É preciso empurrar até que pegue de vez. 

A grande transformação


A grande transformação está a arrancar aos solavancos. Como nos velhos motores de combustão não podemos desistir.


“A grande transformação – de um mundo fraturado para uma sociedade de bem-estar”, foi o tema do evento que juntou em Paris no passado dia 12 de novembro, António Costa, Pedro Sánchez, Iratxe Garcia e Anne Hidalgo, entre muitos outros, tendo por base um estudo (‘The Great Shift’) produzido pela Comissão Independente para a Igualdade Sustentável, coordenada pela ministra adjunta do Governo de Espanha Teresa Ribera e pelo antigo primeiro-ministro dinamarquês Poul Nyrup Rasmunsen. 

A social-democracia tem vindo a reinventar-se e a reconquistar apoios e espaço de governação em toda a Europa, com a cereja no topo do bolo prestes a surgir na Alemanha. António Costa e Pedro Sánchez lideram governos social-democratas que têm combinado equidade social com consistência orçamental. Iratxe Garcia preside ao grupo político que os indicadores reconhecem como o mais influente na definição das políticas no Parlamento Europeu (S&D). Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris, está a dar os primeiros passos numa difícil, mas desafiante candidatura à Presidência da República francesa. 

O estudo identifica a procura cada vez maior por uma visão alternativa, em que a humanidade e o planeta se unam num processo de desenvolvimento sustentável, com o planeta preservado e as pessoas possam viver uma vida com dignidade e bem-estar.

Quem protagonizar as políticas capazes de responder aos desafios complexos da sustentabilidade e do desenvolvimento, envolvendo as pessoas no processo de transformação económica, social e política que são necessários para a grande transformação, tenderá a conseguir um mais forte reconhecimento dos eleitores e a dar um contributo decisivo para reconquistar o interesse dos cidadãos e em particular dos mais jovens pela cidadania ativa e pela participação política.

Pelos seus valores intrínsecos, a social-democracia está particularmente bem colocada para ter uma posição forte na transformação progressista que os desafios que se colocam à humanidade e ao planeta exigem.

A Conferência do Clima que terminou após prolongamento, na noite de dia 13 de novembro em Glasgow, permitiu alguns passos em frente, mas a grande transformação necessária para conter o aquecimento climático não ficou consolidada e as fraturas entre o mundo desenvolvido e o mundo em desenvolvimento continuaram expostas.

A igualdade sustentável não pode ser apenas um slogan, e embora seja óbvio que alcançá-la exige tempo, negociação, envolvimento, novas soluções tecnológicas e novos modelos de organização social, os sinais das ações concretas imediatas serão decisivos para o sucesso na longa caminhada.

Na última da hora de Glasgow algum carvão conseguiu ainda ficar à tona do acordo. Na mesma linha de água se agita também a falta de recursos suficientes para apoiar os países mais vulneráveis e os menos desenvolvidos a fazerem os investimentos necessários para que a grande transformação seja um processo entre iguais.

A grande transformação está a arrancar aos solavancos. Como nos velhos motores de combustão não podemos desistir. É preciso empurrar até que pegue de vez.