Todos os manifestantes presos no sábado em Lagos, Nigéria, que se reuniram para exigir justiça quatro meses depois da repressão ao movimento contra a violência policial, foram libertados sob fiança, disse um advogado.
"Os 40 manifestantes foram todos libertados sob fiança na noite passada", disse um dos advogados, Akeem Fadun, à agência France-Presse (AFP).
A AFP adianta que testemunhou cerca de 20 prisões no sábado, efetuadas pela polícia nigeriana em Lagos.
"Foram libertados após o pagamento de uma caução de 100.000 nairas [cerca de 215 euros], mas continuam a ser processados por 'perturbação da ordem pública' e 'violação das medidas da covid-19'", afirmou.
Na noite de sábado, várias figuras do movimento #EndSARS – que abalou as grandes cidades da Nigéria em outubro passado antes de ser reprimido e ter degenerado em tumultos e saques – anunciaram nas redes sociais a sua libertação.
"Vinte e sete manifestantes foram libertados primeiro", depois "os 13 restantes" horas depois, disse o ativista Feyikemi Abudu na rede social Twitter.
Os manifestantes foram presos pela polícia na manhã de sábado, enquanto tentavam reunir-se na portagem de Lekki em Lagos.
Em outubro, várias grandes cidades do país mais populoso da África foram abaladas por uma onda de protestos, pedindo o desmantelamento de uma unidade policial, o Esquadrão Especial Antifurto (SARS), acusado de múltiplos abusos.
Após esses acontecimentos, uma Comissão Especial de Justiça foi criada pelo estado de Lagos para investigar as acusações de brutalidade policial e repressão às manifestações.