Seis jornalistas condenados após denúncia de assédio sexual contra patrão na RD Congo

Seis jornalistas condenados após denúncia de assédio sexual contra patrão na RD Congo


Os seis jornalistas trabalham para a estação de rádio Bumba Lokole, uma estação de rádio local, e foram acusados pelo presidente do conselho de administração, Ruffin Makombo, “por terem iniciado e assinado uma petição a exigirem a sua demissão”, explicou a ONG Journaliste en Danger (Jornalistas em Perigo, em português).


Seis jornalistas da República Democrática do Congo (RD Congo) foram condenados a três anos de prisão num caso de "assédio sexual" que envolve o diretor da estação de rádio em que trabalhavam, no noroeste do país, alertou uma organização não-governamental.

Os jornalistas Henri Engonda, John Isanga, Arsène Mokema, Chimène Mangondo, Merveille Ngoya e Prospère Boyange foram condenados na terça-feira a "três anos de prisão" pelo tribunal de Bumba, província de Mongala, devido a "denúncia caluniosa e acusações prejudiciais" contra o presidente do conselho de administração da estação de rádio em que trabalhavam, informou a organização não-governamental (ONG) Journaliste en Danger (Jornalistas em Perigo, em português).

Os seis jornalistas trabalham para a estação de rádio Bumba Lokole, uma estação de rádio local, e foram acusados pelo presidente do conselho de administração, Ruffin Makombo, "por terem iniciado e assinado uma petição a exigirem a sua demissão", explicou a ONG.

Segundo a organização, são apresentadas várias queixas contra Makombo, incluindo "má gestão da estação de rádio e assédio sexual contra as mulheres jornalistas deste órgão de comunicação social".

Um outro jornalista, Erick Ngunde, funcionário da estação de rádio Liberté Lisala, uma outra estação local, foi libertado, também na terça-feira, "por ausência de infração", 48 horas depois de ter sido detido e preso por "ordem da governadora interina da província de Mongala, Clementine Sole", referiu a ONG.

A organização, parceira da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), manifestou "grande preocupação com a grave deterioração" da situação da liberdade de imprensa na província, referindo que "os casos de ataques, ameaças e detenções de jornalistas e o encerramento dos órgãos de comunicação social estão a aumentar".