Os portos do continente movimentaram, entre janeiro e novembro do ano passado, menos 6,4% mercadorias, do que em igual período de 2019, num total de 75 milhões de toneladas, adiantou esta quarta-feira a Autoridade da Mobilidade dos Transportes (AMT).
Por outro lado, “considerando apenas o mês de novembro isolado, verifica-se uma recuperação das variações homólogas positivas, registando um acréscimo de 0,2% comparativamente a novembro de 2019”, destacou a entidade.
De acordo com a AMT, “o desempenho global negativo observado no período de janeiro a novembro de 2020 resulta maioritariamente do comportamento de Lisboa e Leixões, com variações negativas” respetivamente, de 2,37 milhões de toneladas e de 2,06 milhões de toneladas, “sendo que também Aveiro registou um significativo comportamento negativo”.
O organismo referiu ainda que a “contribuir para o desempenho global negativo, assinala-se a forte contribuição do carvão, dos produtos petrolíferos e de outros granéis sólidos”, respetivamente com diminuições que ascendem a 2,69 milhões de toneladas, 1,84 milhões de toneladas e 632,5 mil toneladas.
No segmento de contentores, nos 11 meses, registou-se um “volume de cerca 2,57 milhões de TEU [unidade de medida de contentores], ultrapassando em +1,2% o volume acumulado no período homólogo de 2019, situação que se verifica pela primeira vez no corrente ano”, lê-se no comunicado.
A AMT destacou que “Sines foi o porto que mais contribuiu para este desempenho positivo do segmento de contentores, registando um acréscimo de 154 mil TEU (+11,7%). Também Setúbal e Leixões registaram acréscimos de 26,5 mil TEU e 8,5 mil TEU, respetivamente”, sendo que "o somatório destes acréscimos ascende a 188,9 mil TEU e anula o somatório das diminuições registadas em Lisboa e na Figueira da Foz, que se situa em 158,5 mil TEU”.
Quanto ao número de escalas de navios o conjunto dos portos registou até novembro de 2020 um total de 8684 escalas, um recuo de 11,4% (-1.118 escalas no total) face ao período homólogo de 2019, segundo a entidade.
A AMT justifica esta “variação negativa global” com as “diminuições do número de escalas observadas na maioria dos portos”, sobretudo em Lisboa “que regista uma diminuição de 848 navios, importando salientar que o impacto das medidas de combate à pandemia de covid-19 é responsável pelo cancelamento de cerca de 320 escalas de navios de cruzeiro de passageiros no período em análise”.
“Esta mesma razão justifica a redução, pelo menos parcial, do número de escalas verificado nos portos de Leixões e de Portimão, cuja diminuição total se situa respetivamente na casa das 122 e 71 escalas” sendo que “apenas Setúbal, Faro e Figueira da Foz registam variações positivas no número de escalas ao registar um crescimento de 69, 15 e 10 escalas, respetivamente”, explicou a AMT.