Embora sejam de longe um meio de transporte mais popular em países planos como a Holanda ou a Dinamarca, as bicicletas também desempenham um papel de relevo em Portugal. Que o digam os 2,7 milhões de unidades saídos das fábricas em 2019. Nenhum outro país europeu produziu tantas bicicletas. O “florescente vale da bicicleta português”, como lhe chama o jornal Le Monde no seu artigo de outubro deste ano, fica em Águeda, cidade vizinha a Aveiro. A região, onde chegaram a existir perto de 70 empresas de bicicletas foi, por excelência, o berço do setor em Portugal.
Mas o sucesso que se vive é recente, fruto de um investimento externo no país e no seu conhecimento histórico na área. Com a pandemia da Covid-19, a produção viu um incentivo, uma vez que a bicicleta é um meio que permite às pessoas deslocar-se, mantendo a distância de segurança e evitando aglomerados de pessoas. Esta realidade fez disparar as encomendas em 2020, um fator que deu nova vida às indústrias de Águeda, Sangalhos e Aveiro.
A chegada dos velocípedes à região remonta a 1911, quando Eurico Ferreira Sucena fundou a EFS, uma pequena indústria de apoio à produção de acessórios para bicicletas. O vale “floresceu” nas décadas de 50, 60 e 70, tendo enfrentado uma crise a partir dos anos 80, quando novos jogadores mundiais entraram no mercado. A mão-de-obra barata do continente asiático veio dominar o lugar ocupado pelas indústrias em Portugal, marcando aquele que seria o início do fim da região como a capital da bicicleta.
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