“Montijo Não!” exige prorrogação do prazo da declaração de impacte ambiental de Alcochete

“Montijo Não!” exige prorrogação do prazo da declaração de impacte ambiental de Alcochete


Plataforma defende documento com prazo de validade até 9 de dezembro. E reafirma Alcochete como “a solução que melhor se ajusta” para a construção do novo aeroporto.  


A plataforma cívica “Aeroporto BA6-Montijo Não!” voltou a contestar o projeto para a construção do novo aeroporto de Lisboa no Montijo e a defender a opção Alcochete como “ a solução que melhor se ajusta às perspetivas, incertas, de evolução da aviação e do tráfego aeroportuário”.

Em comunicado, o movimento exige ao Governo a prorrogação da declaração de impacte ambiental (DIA) do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) no Campo de Tiro de Alcochete – publicada a 9 de dezembro de 2010 e que se mantém válida até 9 de dezembro deste ano, após várias prorrogações da Associação Portuguesa do Ambiente -, que considera ser a “primeira e única verdadeira avaliação ambiental estratégica realizada em Portugal” e que “comparou a decisão da construção do Aeroporto na Ota com a localização no Campo de Tiro de Alcochete”.

“À luz do enquadramento legal, relativa aos Procedimentos de avaliação ambiental e segundo as práticas mais adequadas, apenas seria admissível se uma nova avaliação ambiental estratégica comparasse a solução dual – Portela + Montijo – em contraponto com a solução NAL no Campo de Tiro de Alcochete. De facto, só se podem comparar soluções minimamente comparáveis”, lê-se no comunicado do movimento.

Pedro Nuno Santos promete avaliar Montijo. Esta reação surge na sequência das declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que afirmou no Parlamento que “face à pandemia e à perspetiva de, dentro de alguns anos, se poder retomar a atividade aeroportuária à data anterior à crise pandémica, o tempo que temos pela frente permitiria ponderar a eventual avaliação ambiental estratégica do processo do Montijo”. 

A plataforma “Montijo Não! considera que este momento “permite e abre uma janela de oportunidade de parar a má opção pela construção de um aeroporto complementar no Montijo”, exigindo que “exista coerência entre as afirmações e a prática” por parte do Governo. Remetendo para as conclusões da DIA sobre Alcochete, a plataforma continua a insistir que esta é “a solução que melhor se ajusta às perspetivas, incertas, de evolução da aviação e do tráfego aeroportuário”.

As declarações de Pedro Nuno Santos, sobre a possibilidade de se avançar para uma avaliação ambiental estratégica sobre o Montijo, já haviam merecido uma reação dos autarcas da Moita e do Seixal e também das associações ambientalistas, que se congratularam com este cenário. 

Recorde-se que a 8 de janeiro de 2019, o Governo assinou com a ANA um acordo tendo em vista a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com o objetivo de aumentar o atual aeroporto da Portela e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto, naquilo que será um investimento estimado de 1,15 mil milhões de euros, a ser concretizado até 2028.