Noiserv. Disco após disco há uma aprendizagem e gosto de explorar sons diferentes

Noiserv. Disco após disco há uma aprendizagem e gosto de explorar sons diferentes


Já lhe chamaram “homem-orquestra”. Depois de um álbum inteiramente ao piano, David Santos volta a tocar vários instrumentos, no seu trabalho mais maduro até à data.


Uma Palavra Começada Por N…, o seu mais recente disco, lançado a 25 de setembro, é o culminar de todos os seus discos anteriores num só trabalho. “Apesar de não ser tão cheio como o Almost Visible Orchestra, acho que perdi mais tempo com cada som”, revela ao i o compositor. Um disco que começou como uma forma de se desafiar resultou no seu trabalho mais maduro, até à data, e aquele que tem mais músicas cantadas em português. Noiserv explica ao i o processo e o contexto em que Uma Palavra Começada Por N… surgiu.

O seu disco anterior era feito exclusivamente ao piano, porquê agora voltar a utilizar vários instrumentos?

O disco anterior surgiu como resposta a uma coisa que me tinha acontecido. Parti o pé durante um treino de basquetebol, e fiquei em casa com gesso 27 dias. O único instrumento que tinha em casa além da guitarra era o piano, algo que há muito tempo gostaria de explorar mais e nesse mês em casa acabei por fazer muitos rascunhos de piano. Nessa altura, estava a imaginar o que poderia ser o meu próximo disco e pensei: “Porque não um disco só de piano?”. Para além de me fazer focar num instrumento diferente, ia ajudar-me a fazer um disco diferente do anterior, se não me tivesse forçado a focar no piano, tinha feito um disco parecido. Ainda estava nesse mindset. Foi assim que aconteceu, não fui para cima de um monte pensar no que seria o meu próximo disco [risos], foi o tempo livre que me fez pegar num instrumento novo e as coisas foram acontecendo.

No seu disco Almost Visible Orchestra recebeu o rótulo de “homem-orquestra”. Essa experiência mais minimalista foi também para fugir a esse título?

Sim, senti a necessidade de tentar inverter isso. Além disso, esse disco foi editado em França em 2015, portanto, esse disco e o 00:00:00:00 eram quase colados. Quis quebrar essa barreira com o que era antigo e o que ia ser novo. Foi isso tudo junto que me fez querer dedicar ao piano daquela forma. 
 

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