A pandemia de covid-19 trouxe consigo um impacto profundo na economia mundial: empresas a falir, taxa de desemprego a aumentar, pessoas a passar fome. Mas não foi assim para todos. Pelo menos, é isso que mostra o mais recente relatório do banco suíço UBS que diz que em apenas três meses – de abril a junho – os mais ricos do mundo fizeram crescer as suas fortunas para 10,2 biliões de dólares – cerca de 8,6 biliões de euros –, um valor recorde e que significa um crescimento de 27,5%.
Por áreas, o estudo revela que o maior peso neste aumento proveio dos setores da tecnologia e saúde, onde as fortunas registaram crescimentos de 43% e 50%, respetivamente. Outros setores também cresceram mas não com tanto destaque: entretenimento, materiais, imobiliário e finanças, que registaram aumentos de 10% ou menos.
“Temos visto como um grupo de inovadores e disruptivos bilionários, ativos em tecnologia, saúde e indústria, contribuíram para remodelar a economia”, disse Josef Stadler, chefe do family office global do UBS, e Marcel Tschanz, chefe da corretora PwC na Suíça, em comunicado conjunto. “A covid-19 acelerou essa tendência dramaticamente: ao demonstrar o valor do mundo digital que ajudaram a criar, eles foram capazes de se destacar de forma decisiva à medida que aumentavam sua riqueza enquanto a de outros caía”.
Além das fortunas dos que já eram bilionários terem crescido, também cresceu o número de pessoas que ganhou esse estatuto: o número de bilionários passou de de 2.158 em 2017 para 2.189 atualmente. Há assim mais 31 pessoas categorizadas como bilionárias.
Ao i, Pedro Amorim explica como aconteceu esta subida de fortunas: “Hoje em dia a gestão está na eficiência máxima, principalmente no setor tecnológico. Com a pandemia as empresas rapidamente – com a sua resiliência atual – se adaptaram e conseguiram tirar o máximo proveito dos acontecimentos”, diz. No entanto, destaca que “não estamos a falar de uma crise que foi uma oportunidade para a maioria das empresas tecnológicas”.
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