Afinal, excedente de 2019 foi de 0,1% do PIB

Afinal, excedente de 2019 foi de 0,1% do PIB


Brilharete do ex-ministro das Finanças não foi de 0,2% do PIB.


A estimativa provisória para 2019 do Instituto Nacional de Estatística revela que o setor das Administrações Públicas apresentou um saldo positivo – capacidade líquida de financiamento – de 177 milhões de euros, o que corresponde a 0,1% do PIB. Em março, a estimativa apontava para um excedente orçamental de 0,2% do PIB.

Segundo o INE, é preciso salientar “do lado da despesa, o crescimento das prestações sociais e, do lado da receita, o crescimento das contribuições sociais e dos impostos sobre a produção e importação”.

O INE recorda que em 2019, “primeira vez na atual série de Contas Nacionais iniciada em 1995, as AP registaram um saldo positivo, embora de apenas 0,1% do PIB”. O resultado é explicado principalmente devido ao aumento das receitas de contribuições sociais e de impostos sobre a produção e importação (taxas de variação 5,9% e 3,6%, respetivamente).

PIB aumenta O Produto Interno Bruto fixou-se nos 213 301 milhões de euros no ano passado. O número corresponde a um aumento de aumento de 4,0% em valor e traduz-se num crescimento de 2,2% em volume, divulga o INE.

Segundo o INE, o crescimento real da economia foi determinado “principalmente pelos contributos (medidos em termos líquidos de importações) da despesa de consumo final das famílias e das exportações, com contributos de 0,8% pontos percentuais cada”. Foram responsáveis por quase 75% do crescimento real do PIB em 2019.

Já o Rendimento Nacional Bruto (RNB) registou um crescimento de 4,1% em 2019. A taxa de poupança das famílias foi de 7,2, tendo crescido 0,2 pontos percentuais face a 2018.

No que diz respeito à capacidade de financiamento da economia, esta fixou-se no 1% do PIB, menos 0,2 pontos percentuais que no ano anterior.

O gabinete de estatística diz ainda que o Investimento contribuiu com 0,5 p.p. (0,7 p.p. no ano anterior) e a despesa de consumo das administrações públicas com 0,1 p.p. “O abrandamento em 2019, foi comum a todos os agregados da despesa apresentados, com exceção das importações de serviços, que aceleraram de 5,6% para 8% em volume e da despesa de consumo final das AP, que acelerou 0,1 p.p.”, lê-se nas conclusões do INE.

No entanto, o investimento apresentou o maior abrandamento e a taxa de variação real em 2019 fixou-se nos 5,4%. As exportações registaram um aumento de 3,5%, “refletindo sobretudo a evolução dos serviços, que abrandou 1,8 p.p. em 2019, para uma variação de 4,0% (3,3% nos bens)”.

Já as importações de bens e serviços cresceram 4,7% em volume em 2019, “o que traduz um ligeiro abrandamento (0,3 p.p.) face a 2018. A esta variação esteve subjacente um comportamento diferenciado, com a componente de bens a desacelerar 0,8 p.p., para 4,0% em 2019 e os serviços a cresceram 8,0% (5,6% em 2018)”.

A despesa de consumo final de residentes aumentou 2,1% em 2019, tendo a despesa de consumo final das AP acelerado de 0,6% para 0,7% em 2019. Já a componente das famílias abrandou 0,2 p.p. em 2019, para 2,4%.