Férias, deslocações entre países, regresso ao trabalho e festas, sobretudo muitas festas. Os países europeus começaram a aplicar medidas de desconfinamento e, durante o verão, os casos começaram a aumentar em vários pontos da Europa. Aliás, países como Itália e Alemanha estão agora a atingir níveis semelhantes aos dos meses de abril ou maio. A solução, agora, é dar um, dois ou três passos atrás para travar uma nova onda de contágios. Início de aulas adiado, uso de máscara obrigatório para crianças com menos de 10 anos em locais com muitos casos positivos, encerramento de bares e discotecas, restrições nos horários, ou uso de máscara dentro das empresas – são algumas das medidas que os países estão a adotar – algumas novas, outras já conhecidas do período de confinamento. Ainda assim, os europeus recusam voltar a um novo lockdown.
Sardenha, a ilha paradisíaca italiana, foi considerada no início da pandemia um paraíso – não só pelo cenário idílico, mas por ser uma região livre de covid-19. Com o desconfinamento, Sardenha vê agora o número de casos positivos a aumentar todos os dias. Justificação: milhares de turistas, discotecas abertas e poucas, ou nenhumas, regras de distanciamento físico. Este fim de semana, o Governo italiano referiu que 45% dos casos identificados em Roma pertencem a pessoas, sobretudo jovens, que regressaram de férias de Sardenha.
Itália foi o país europeu que mais sofreu com a pandemia e volta agora a registar um aumento do número de casos positivos: Só esta quarta-feira registou mais 1367. Para evitar que a diversão noturna seja mais um impulsionador do aumento do número de caos, o Governo italiano decretou o uso obrigatório de máscara na rua entre as 18h00 e as 6h00. E as discotecas encerraram. E o estado de emergência foi prolongado até 15 de outubro.
França agrava medidas
A partir desta quinta-feira, em Marselha, o uso de máscara passa a ser obrigatório na rua e os horários voltam a sofrer alterações: Bares e restaurante fecham às 23h00. Já em Paris, o nariz e a boca têm de estar tapados nas ruas mais movimentadas. E a partir de segunda-feira, é obrigatório o uso de máscara no interior de todas as empresas francesas, qualquer que seja o setor. Estas medidas espelham a preocupação do Governo francês com o aumento do número de novos casos. Na quarta-feira, Jean-François Delfraissy, presidente do conselho cientifico francês, admitiu que “há receio de uma segunda vaga em novembro”. Só esta terça-feira, França registou 3 304 novas infeções.