As primeiras participações de equipas portuguesas na Taça dos Clubes Campeões Europeus pareciam feitas à medida dos três grandes: 1955-56, Sporting; 1956-57, FC Porto; 1957-58, Benfica. Chegando a 1958-59 seria, de novo, a vez do Sporting. E foi mesmo. Mas com uma alegre novidade: finalmente, houve uma vitória! Ou melhor, até foram duas. As três participações anteriores tinham sido bastante fracas, convenhamos. Em seis jogos, quatro derrotas e dois empates, o do Sporting frente ao Partizan, no Estádio Nacional (3-3), e o do Benfica face ao Sevilha, no Estádio da Luz (0-0). Todos afastados logo na eliminatória inicial. Os nossos clubes estavam muito longe de serem levados a sério pela elite europeia.
Veio aquele dia 1 de outubro de 1958. O Sporting foi aos Países Baixos, a Utreque, defrontar o Door Oefening Sterk, algo que se poderia traduzir como “Da Prática se Fazem os Fortes”, clube que mais tarde se fundiria com o USV Elinkwijk e o Velox para dar o bem mais prosaico FC Utrecht. Ora, o DOS estava em festa. Pela primeira vez, conquistara o título dos Países Baixos, festa que nunca mais se repetiria até hoje.
Os jornais portugueses da altura chamavam-lhe simplesmente Utreque. Consideravam-no um adversário acessível e destacavam o facto de ter três jogadores chamados para os trabalhos da seleção laranja: Franz de Munck, guarda-redes, Vandenlinden, interior esquerdo, e Hans Kraay, defesa central. Nada que assustasse gente como o grande Fernando Mendes, um dos mais gentis cavalheiros que alguma vez conheci no futebol, Mário Lino, Galaz, João Martins, Hugo, Vasques ou João Morais. Muito menos o keeper Octávio de Sá, que se considerava em grande forma.
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