Aeroportos. Portugal perdeu 18 milhões de passageiros em seis meses

Aeroportos. Portugal perdeu 18 milhões de passageiros em seis meses


O setor da aviação arrasta-se numa crise que os números insistem em confirmar. Os dados de junho revelam a quebra acentuada do tráfego aéreo durante o segundo trimestre do ano, devido à pandemia. Em apenas seis meses, os aeroportos nacionais perderam mais de 18 milhões de passageiros.


Os aeroportos nacionais perderam mais de 18 milhões de passageiros nos primeiros seis meses do ano. Os dados já eram previsíveis, mas foram agora oficializados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e permitem perceber o impacto das restrições às viagens impostas por vários Governos, na sequência da pandemia da covid-19, no setor da aviação. E nem sequer uma tímida recuperação, face a abril e maio, permitiu ao setor escapar, neste momento, ao cenário de profunda crise que se instalou.

O relatório do INE indica que o movimento de aviões e de transporte de passageiros continuou “inexpressivo” no mês de junho. Neste período aterraram nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada apenas 318,2 mil passageiros (contando com embarques, desembarques e trânsitos diretos), o que representa uma quebra de 94,6% em comparação com junho de 2019. Ainda assim, registou-se uma ligeira recuperação em relação a abril (-99,4%) e maio (-98,5%). Em relação ao segundo trimestre (entre abril e junho), o relatório dá conta de que aterraram nos aeroportos nacionais pouco mais de 387 mil passageiros, o que fica muito abaixo dos números do segundo trimestre de 2019, quando foram transportados 15,3 milhões de passageiros.

Feitas as contas ao primeiro semestre de 2020, os números informam que aterraram nos aeroportos nacionais cerca de 9,9 milhões de passageiros, menos 64,5% em comparação com o primeiro semestre do ano anterior – em 2019, no mesmo período, foram transportados cerca de 27,9 milhões de passageiros. No total, os aeroportos portugueses perderam mais de 18 milhões de passageiros.

“É visível o impacto da pandemia de covid-19 e das medidas adotadas ao nível do espaço aéreo a partir do início da segunda quinzena do mês de março, e a lenta recuperação, registando-se, durante o mês de junho, reduções superiores a 80% no número de aeronaves aterradas e iguais ou superiores a 90% no número de passageiros desembarcados”, refere o documento do INE.

Estes dados referentes aos passageiros justificam-se com a significativa quebra do tráfego aéreo no continente europeu. O INE indica que, em junho, aterraram em Portugal apenas “três mil aeronaves em voos comerciais”, o que representa uma queda de 86,0% (-92,3% em maio e -94,3% em abril) em comparação com os voos registados no mesmo mês do ano passado. Numa análise aos primeiros seis meses do ano, o gabinete estatístico conclui que aterraram nos aeroportos nacionais 46,1 mil aeronaves em voos comerciais, uma descida de 57,7% face ao período homólogo.

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