Ao iniciar este artigo devo fazer um conjunto de declarações de intenção.
A primeira para dizer que tenho um orgulho imenso na integralidade da história de Portugal significando isto que mesmo discordando de personalidades ou decisões por si tomadas nalguns momentos tenho orgulho em todos os governantes que fizeram de Portugal um dos países e impérios mais importantes do Mundo. Orgulho que começa nos Reis, passa por Oliveira Salazar e chega à geração de Soares e Sá Carneiro. Corre-me nas veias o sangue de um povo que sendo parco em dimensão foi a certo momento dono do mundo. E digo-o sem pudor.
Orgulho-me de tudo isto e o único sentimento que nutro por qualquer português que não o sinta é despeito.
A segunda declaração é para dizer que considero que Portugal não é um país estruturalmente racista. Terá como todos os países do mundo cidadãos racistas (que devem sempre ser punidos por isso) mas não existe no nosso país racismo estrutural. Ou eventualmente haverá mas exercido por quem se diz dele, vítima. Adiante já lá chego.
A terceira e última declaração, tem que ver com a dimensão deste meu artigo e para dizer que sendo manifestamente muito maior do que os que costumo escrever tal se deve ao necessário desenvolvimento que uma matéria desta importância exige e merece.
Vamos a isto:
Depois de monarquias, impérios, ditaduras e grandes guerras mundiais, quase todos os países europeus que tinham sofrido na pele o preço de tamanhas confrontações optaram maioritariamente por regimes políticos assentes na democracia. Democracia que tal como Churchill afirmou na câmara dos comuns em 1947 “ é a pior forma de governo, à excepção de todos os outros já experimentados ao longo da história”.
Eu percebo o que Churchill quis dizer. Mas confesso-vos uma coisa. Não estou certo de que Churchill hoje dissesse a mesma coisa.
Alguns já me estão a chamar fascista não é?
Tenham calma. Tenham calma e pensem comigo.
A frase de Churchill está teoricamente certa. Sobretudo se tivermos em atenção que a democracia é a visão política que dá à totalidade dos cidadãos do país onde vigora, a possibilidade de terem voz activa no rumo trilhado por esse mesmo país. Até aqui tudo bem. Não aparenta haver fragilidades de maior.
No entanto a democracia tem um lado perverso. É que ao mitigar autoridade por todos os seus elementos, enfraquece-a. Se a sociedade que a exerce for bem-intencionada, inteligente, objectiva, isenta, séria, educada, de valores mas sobretudo equilibrada, é útil que todos possam e devam ser parte do seu funcionamento. Mas se essa mesma sociedade for assolada por usurpadores da identidade nacional, por burros, acéfalos, mal-intencionados, carneiros, mistificadores da história nacional, broncos, selvagens, raivosos, incompetentes, manipuladores ou ressabiados, a democracia autodestrói-se.
E pior, é a democracia em si que legitima a sua autodestruição e mesmo assistindo a ela nada pode fazer para o impedir dado que se fizer deixa de sê-lo.
Ora isto nas mãos de lobos em pele de cordeiros é a mesma coisa que dizer que funciona como manteiga em focinho de cão.
É o que está a acontecer com a democracia portuguesa. A democracia portuguesa está a ser destruída por sectores de esquerda e esquerda radical que sendo compostos por elementos que encaixam em todos os adjectivos acima mencionados colocarão em risco o equilíbrio do nosso país. Daí ter anteriormente considerado que se Churchill hoje voltasse à vida e visitasse países como Portugal rapidamente se arrependeria da frase que disse. No mínimo mantê-la-ia mas com alguma reformulação.
Mas ainda vou partilhar outra frase histórica:
Ao longo da minha vida já li centenas de livros. Centenas e de todas as ideologias, autores, estilos e quadrantes políticos. Num desses livros com carácter eminentemente histórico, num dado momento relatava-se que um ministro de Oliveira Salazar ter-lhe-á alegadamente um dia perguntado: “Sr. Presidente porque não deixa o povo votar?” Ao que parece, Oliveira Salazar terá respondido qualquer coisa do género “Apenas porque se o faço viram todos comunistas. Ao apenas ver o dia corrente, mesmo não o sendo, torna-se o povo burro”.
Já me estão a chamar ditador outra vez não é?
Salazarista?
Limitador das liberdades?
Não sou. Não sou mesmo e de todo, descansem. No entanto o que também não sou é parvo ou estúpido. Questiono-me até se os comportamentos da sociedade actual não legitimam e demonstram hoje, que algumas posturas de certos vultos tão criticados no passado não teriam, afinal, toda a razão de ser.
E pior, é que se a resposta a esta questão for positiva, a culpa não é deles. É nossa.
Mas continuem a seguir o meu pensamento em duas lógicas: Interna e externa.
Externamente tal como se debate o bem e o mal, a luz ou a escuridão, o debate esquerda/direita voltou a ressurgir nos palcos políticos com uma renovada força. Quando não há muitos anos ouvia alguém dizer que tal já não ressurgiria ou voltaria a fazer sentido, pensava sempre para comigo, que todos quantos o diziam estavam cegos ou inebriados. Tinha razão. A fera estava apenas adormecida e voltou ainda com mais força.
Aí está a nova confrontação.
Uma confrontação muito curiosa porque os verdadeiros extremistas, os verdadeiros racistas e os verdadeiros perigosos anarcas e/ou xenófobos são na verdade aqueles que acusam terceiros de o ser. Acusam outros pelo exercício das suas próprias práticas. Alimentam no povo, o medo que resulta do verdadeiro medo que as suas ideias traz e que lhe são incutidas por supostas condutas ou pretensões que dizem passar na cabeça dos outros, quando na verdade vivem nas suas. É perverso. Perverso mas curiosamente tem funcionado.
Se Churchill poderia hoje não concordar com a sua frase anteriormente citada, estou certo que se manteria fiel a outra que igualmente a si é atribuída ao antever que, e cito “ os fascistas do futuro chamarão a si mesmos de antifascistas”.
Daí ter anteriormente trazido à colação a tal resposta de Oliveira Salazar que li num livro. É que o povo não é burro. Mas envolto em sofrimento, dificuldade e pela espuma dos dias, deixa-se espartilhar numa ameaça que é real não pelas atitudes de quem lhes é contado tê-las mas que são antes exercidas pelos que lhas contam.
Este é o verdadeiro perigo.
O tema do racismo é disto paradigmático porque embora muitos o afirmem de boca cheia, Portugal não é um país estruturalmente racista. Arrisco dizer que nem na era colonial o foi, sem que com isto esteja a defender atropelos que como todos os países coloniais fizeram nós também tenhamos feito. Mas comparem a colonização portuguesa com a francesa, a britânica, a holandesa ou sobretudo a belga e depois falamos.
Internamente quando em Abril de 1974 se dá a revolução, passou a existir como que um certo receio de demonstrar orgulho pela história do nosso país. Falar das colónias tornava-se incómodo. De Oliveira Salazar um sacrilégio. Da grandiosidade nacional uma heresia. Tenuemente a liberdade social foi-se tornando libertinagem e a liberdade política apenas aquela que fosse permitida escolher dentro das possibilidades que a esquerda entendesse dever existir.
O que safou Portugal nos últimos 40 anos foi que a geração que mandava era uma geração equilibrada. Mais de esquerda ou de direita, mais católica ou pagã, mais ardente ou comedida, essa geração de políticos bem como o próprio povo sabiam que pese embora a democracia em teoria tudo diga permitir, espera de quem a exerce, a noção de que os limites têm de existir.
Acontece que esta geração dos últimos 40 anos tem agora entre 70/80 anos de vida e foi substituída por quem governando ou querendo governar é maioritariamente composta por escroques. Sim escroques. Não pela cor da pele. Mas pelo que afirmam e pelo que são.
Como é possível que figuras como Mamadou Ba ou Joacine Katar Moreira empolem a sociedade da forma que o fazem e continuemos todos a permitir que tal aconteça?
Como é possível que a actriz Rita Pereira dê a ridícula entrevista que deu a Fátima Lopes num programa televisivo há poucos dias, quando o cenário que foi para ali pintar não existe no nosso país? (tirando as mensagens de cariz pessoal que não duvido que o seu marido receba, como também eu recebo quando escrevo certas coisas e no entanto continuo a escrevê-las).
Como é possível que o cantor Agir, em pleno 10 de junho, dia de Portugal, tenha escrito no seu twitter a consideração que escreveu sobre a história portuguesa e conjuntamente com outras figuras públicas venham depois todas estas personalidades afirmar aqui ou ali que os racistas são os outros quando são eles que criam o racismo e o preconceito. Quem lhes dá força. Quem o alimenta.
Pior, que com estas posturas acabam por legitimar actos ou comportamentos insurrectos em condutas desejáveis, tudo isto para fazer face a uma suposta exercida superioridade branca que só nas suas cabeças existe. Isto preocupa-me. Mas destes como de outros nomes o que sinto é já só nojo. Profundo nojo.
Lembram-se da manifestação contra o racismo em Lisboa na semana passada?
Pois bem. Então não é que Joacine Katar Moreira foi gravada a discursar às massas dizendo coisas como que quem devia estar ali eram os brancos; que a história de África não era a história de África que os europeus contam, ou ainda, pasme-se, que quer poder ir aqui ou ali, às compras e não sei mais onde sem ser vítima de racismo.
Joacine Katar Moreira devia ter vergonha na cara. Vergonha e ganhar educação.
Não querer destruir a história do país que também afirma como sendo seu. Do país que lhe dá palco. Do país pelo qual foi eleita deputada e que no dia da sua eleição a deixou fotografar-se perto de uma bandeira que não a nacional sem a punir de alguma forma.
E sobretudo do país que lhe paga cerca de 4000 euros mensais de ordenado para não fazer absoluta e rigorosamente nada senão proferir alarvidades e alimentar os complexos da sua tortuosa e complexada mente. Talvez a confusão em que vive resulte do cheiro a incenso queimado que todos os dias enche o corredor onde na Assembleia da República tem o seu gabinete. Aquilo deve confundir-lhe um bocado as ideias.
É que já pensaram bem?
Joacine critica o suposto racismo a que estão sujeitos os negros em Portugal e a falta de dignidade humana, social e económica com que são tratados, mas depois o país que critica é o mesmo que lhe dará pelo menos durante quatro anos (em igualdade aos brancos que tanto critica também) uma vida principesca. Recebe 4000 euros por mês sem fazer nenhum, ordenado que nem negros, brancos, amarelos ou riscados recebem.
O racismo é o ganha-pão desta tropa fandanga. É dele que se alimentam. Se não criarem estes supostos problemas perdem votantes, perdendo votantes, perdem o tacho, perdendo o tacho, lá deixa a Jocine de receber 4000 euros mensais sem fazer nenhum para passar a ter que se matar a trabalhar e tal como acontece à maioria dos portugueses ganhar apenas 600.
Mas mais. É mesmo muito curioso.
Maldito Portugal este que é tão racista que até tem um primeiro-ministro de ascendência goesa, uma ministra da justiça e três deputadas negras.
Somos realmente um povo terrivelmente racista.
O Mamadou Ba é outro hipócrita. Um hipócrita que tal como Joacine Katar Moreira mascara combate ao racismo com combate ao racismo por si próprio criado e mantido porque da sua existência dependeu durante bastante tempo o ordenado que recebia como assessor do Bloco de Esquerda. Ou o funcionamento da “SOS Racismo” que só lhe pode continuar a dar palco se o próprio alimentar o seu nicho de mercado.
Mamadou este que se queixa ainda da existência de racismo em Portugal mas que foi igualmente gravado num vídeo que correu o país inteiro, num discurso onde quase parecia incentivar à violência física entre brancos e negros. E digo quase para não ir mais longe porque o meu entendimento pessoal, que só a mim me vincula, foi mesmo outro.
Vergonha. Gente reles.
O país não precisa de nenhum plano antirracismo como de resto ficou provado pelo resultado da sondagem da TSF há poucos dias feita. Aquilo que o país neste momento precisa é de um plano anti-criadores e fomentadores do falso racismo. Não tenhamos dúvidas que ou isto acontece ou Portugal vai a breve trecho ver-se confrontado com convulsões sociais graves que nenhum de nós deseja.
No parlamento temos um PS, um PCP, um Bloco de Esquerda e um PAN que querem que a liberdade seja apenas aquela que for por si delimitada e considerada como tal, mas que depois acusam a direita de soberba e absolutismo e concretamente André Ventura de ser o novo Hitler da modernidade.
Mas depois vamos ver e apesar de se chamar André, não é o Ventura mas sim o Silva quem quer acabar com a liberdade dos aficionados em ver corridas de toiros e afirmando mesmo que a sua visão de futuro é cultura dentro das praças de toiros e aficionados algemados à porta;
Vamos ver e o André Ventura é que é o Hitler dos tempos modernos, mas depois é a deputada socialista Isabel Moreira quem vem dizer que a vida não é um direito absoluto;
Vamos ver e o André Ventura é que é o Hitler dos tempos modernos mas depois é o Mamadou Ba quem diz frases como “ A bosta da bófia”;
Vamos ver e o André Ventura e o Chega é que são perigosos extremistas, mas não é o CHEGA que tem militantes que fizerem parte das FP-25 ou cujos membros são descendentes de terroristas que desviaram barcos e/ou navios ou assaltaram bancos. Aí já é tudo normal e tudo fofinho;
Vamos ver e o André Ventura é que é o Hitler dos tempos modernos mas é a Joacine quem quer enviar peças históricas portuguesas não sei bem para onde. Que tal enviá-las para o raio que a parta?
Uma pessoa não pode ser racista. Facto indesmentível e incontornável. Mas não pode deixar de contradizer estas anormalidades com receio de que se o fizer lhe digam que só o está a fazer por ser racista! Em bom português, vão-se lixar!
Portugal tem de acordar meus amigos.
Portugal não sofre de racismo estrutural. Portugal não tem no parlamento nenhum partido de extrema-direita que queira perseguir alguém ou transformar isto num novo Reich por ter alguma agenda secreta contra este ou aquele, contra isto ou aquilo. Não nos deixemos dominar por esta gente, estes sim os verdadeiros extremistas que criam esses fantasmas porque enquanto os criarem distraem as pessoas da sua verdadeira agenda anti-valor e identidade.
Faço um apelo à minha geração:
Às pessoas boas e bem formadas da minha geração porque trogloditas também os há como nas demais. Mobilizem-se. Com educação, respeito e urbanidade. Mas defendamos o nosso país de quem estando dentro dele e dele vivendo o está neste momento a querer destruir. Unamo-nos. Sejamos capazes de pensar, de ver e de avaliar por nós mesmos.
Defendamos as nossas forças da autoridade quando têm que deter um negro. Não por ser negro mas porque têm de o poder fazer a um negro como o fazem a um branco desde que para tal haja motivo sem sentirem depois na pele a crítica social com que hoje são tantas vezes confrontados;
Acarinhemos os nossos bombeiros cujos quartéis são invadidos por comunidades sem que sequer muitas vezes saibam ou percebam o porquê de tal circunstância e depois ninguém os defende. Ausência de defesa esta, dos políticos que dizem haver racismo mas que quando ele acontece ao contrário lhes fecham os olhos;
Acarinhemos os nossos médicos e enfermeiros agredidos nas urgências apenas porque alguns não sabem esperar nas filas de espera e tudo tem de ser como querem que seja;
Defendamos quem está na fila ou na caixa de um hipermercado e desculpem a expressão, leva no focinho sem nada ter feito para que tal aconteça sem que os agressores sejam depois punidos e acabem por regressar no dia seguinte à mesma caixa como se nada tivessem feito;
Estejamos ao lado dos poucos políticos que mesmo com todos os defeitos que têm pela sua condição humana, têm ainda assim a coragem de apontar que os problemas existem e que têm de ser combatidos, em detrimento dos que os criam e querem perpetuar porque sem eles não são ninguém;
Lutemos contra todos quantos directa ou indirectamente atentem por palavras, gestos ou omissões contra a nossa grandiosa história nacional;
Contra todos os energúmenos que criam petições para ilegalizar partidos porque com eles não concordam; para demolir a Torre de Belém porque acham que é um símbolo disto ou daquilo; ou para mudar o nome dos jardins do império frente aos Jerónimos sabe lá Deus porquê. Lutemos.
O caminho é duro e dói. Hoje quem afronta o sistema tem os seus receios. Quem como eu escreve um artigo destes sabe de antemão que avança para uma batalha que não sabe como termina.
Mas eu tenho orgulho no meu país. E é sobretudo por ele que seguirei fazendo esta luta. Portugueses de bem, unamo-nos numa só causa. Com educação, respeito e urbanidade física mas com a ferocidade intelectual que os tempos exigem.
Unamo-nos em torno de uma só causa.
Essa causa chama-se Portugal!