O meu avô Acácio de Paiva gostava de pássaros. Quando eu era miúdo, a Casa das Conchas, no lugar do Olival, tinha faisões, cisnes e galinhas pedreses às quais a minha avó Manelas, que tinha os olhos tão azuis que nos magoavam por dentro, chamava de estou-fracas porque faziam um barulho como se suplicassem por comida.
Havia uma arara que ficava no jardim de cima, presa por uma perna a um poleiro em T, mas acho que tirando a minha avó e a Tão, a arara odiava o mundo e a todos nós que íamos com ele na translação universal dos planetas a que estamos sujeitos.
Tal como o meu avô Acácio, gosto de pássaros. Cá do alto da varanda sobre o Sado, eles são a minha companhia, dia após dia, após dia, e até quando?
Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.